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Vaginismo: sintomas e diagnóstico

Por: Dra. Fabrícia Leal Zaganelli

O vaginismo é uma condição ginecológica caracterizada por dor e desconforto no momento da penetração vaginal. Ela é causada por contrações involuntárias e persistentes durante tentativas de penetração vaginal. Em alguns casos, pode resultar na incapacidade total de penetração sexual ou inserção de objetos (espéculo, absorventes internos ou objetos eróticos)

Assim, o vaginismo pode impactar significativamente a vida sexual e reprodutiva das mulheres. Além dos aspectos físicos, a condição muitas vezes está associada a níveis elevados de ansiedade e medo relacionados ao ato sexual. Quer saber mais sobre seus sintomas e como é feito o diagnóstico? Acompanhe este post até o final!

Quais são os sintomas do vaginismo?

Como veremos, o quadro sintomático é a base do diagnóstico do vaginismo. O principal sintoma dessa condição é a dor no início da penetração vaginal, geralmente nas relações sexuais. A dor durante o sexo é chamada de dispareunia, sendo classificada em dois tipos:

  • Superficial, que se inicia assim que se inicia a penetração na vagina, o qual representa o sintoma mais típico do vaginismo. No entanto, é importante ressaltar que o vaginismo não é a única causa de dispareunia superficial. Esse sintoma também pode estar presente em vaginoses bacterianas e na candidíase vaginal, por exemplo;
  • Profunda, a qual se agrava quando a penetração já está mais avançada dentro do canal vaginal. Essa manifestação profunda está mais frequentemente associada com quadros de inflamação pélvica, como a endometriose, miomas uterinos e doença inflamatória pélvica.

Portanto, o vaginismo geralmente não cursa com a dispareunia profunda. No entanto, é preciso se atentar, pois algumas mulheres podem ter mais de uma condição ginecológica simultaneamente.

A intensidade dessa dor pode variar de leve a incapacitante, fazendo com que a mulher evite completamente relações sexuais, o uso de objetos eróticos ou o uso de absorventes internos. Em casos mais complexos e graves, a dor vaginal pode estar presente mesmo momentos em que não houve penetração sexual.

Além da dor, as mulheres com vaginismo podem ter dificuldade em permitir a entrada de um pênis, um dedo ou um objeto na vagina, devido à contração involuntária dos músculos. O quadro geralmente tem uma evolução crônica, durando vários meses. Nesse sentido, uma dificuldade para penetração vaginal por mais de seis meses é uma evidência bastante sugestiva de vaginismo.

Com o tempo, sintomas secundários podem surgir devido às dificuldades que a paciente enfrenta em sua vida cotidiana:

  • Ansiedade e medo associados ao sexo: muitas mulheres com vaginismo experimentam ansiedade, medo ou pânico relacionados ao ato sexual ou a qualquer situação que envolva a penetração vaginal;
  • Incapacidade de relaxar os músculos vaginais: Mesmo em situações em que a pessoa deseja e tenta relaxar, os músculos da vagina permanecem contraídos. Isso pode dificultar, por exemplo, a inserção do espéculo durante o exame físico ginecológico para a coleta do preventivo do colo do útero;
  • Isolamento social e sensação de solidão: devido à dor e à ansiedade associadas ao vaginismo, algumas mulheres evitam completamente relações que podem evoluir para o contato mais íntimo sexualmente;
  • Tensão pélvica: a sensação de tensão, peso ou desconforto na região pélvica também pode estar presente.

Como é feito o diagnóstico do vaginismo?

O diagnóstico do vaginismo é principalmente clínico, isto é, pode ser feito com base nos sinais e sintomas da paciente. Exames complementares podem auxiliar a excluir outras causas, mas não são fundamentais para o diagnóstico.

O diagnóstico clínico é geralmente feito a partir de 4 critérios principais:

  • Dificuldade marcante para ter penetrações sexuais na vagina;
  • Dor na região da genitália e da pelve (gênito-pélvica);
  • Medo de dor ou de penetração vaginal;
  • Tensão muscular ou hiperatividade muscular no assoalho pélvico com ou sem penetração vaginal.

Ao contrário de outros diagnósticos, não existe um número mínimo de sintomas. O mais importante é identificar a intensidade de cada um deles e o impacto que ele tem na funcionalidade ou na qualidade de vida da paciente. Em outras palavras, se uma mulher tem apenas um sintoma, mas ele causa bastante prejuízo, isso pode ser suficiente para o diagnóstico de vaginismo.

Além disso, busca-se identificar situações que podem estar relacionadas com o vaginismo, como:

  • Síndrome geniturinária da menopausa;
  • História de violência sexual;
  • Síndromes ansiosas.

Testes para diagnóstico do vaginismo

Não existe nenhum teste laboratorial ou de imagem que seja específico para o diagnóstico do vaginismo. O mais importante é a avaliação médica com uma boa anamnese e um exame físico criterioso. Durante o exame ginecológico, o ginecologista fará a inspeção e a palpação da região íntima, buscando sinais de contração muscular intensa ou persistente.

Como é feito o tratamento do vaginismo?

O tratamento vai ser sempre individualizado de acordo com cada caso com base nas informações colhidas durante a investigação. O objetivo do tratamento é melhorar a dor e trazer mais qualidade de vida da paciente. As abordagens mais comumente utilizadas são:

  • Aplicação de toxina botulínica em baixas doses;
  • Fisioterapia pélvica;
  • Terapia cognitivo comportamental para os sintomas psíquicos.

Portanto, o vaginismo é uma condição ginecológica que pode comprometer significativamente a qualidade de vida de uma mulher. A avaliação médica é fundamental para o seu diagnóstico e para a elaboração de um plano terapêutico eficaz.

Sabemos que muitas pacientes têm vergonha ou medo de falar sobre a vida sexual, mas isso é fundamental para recuperar a qualidade de vida perdida devido ao vaginismo. Busque um profissional empático e de confiança com quem você se sinta mais à vontade para se abrir.

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