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Vaginismo: o que é e como pode ser feito o tratamento?

Por: Dra. Fabrícia Leal Zaganelli

A saúde íntima das mulheres é um tema de extrema importância, mas muitas vezes negligenciado. Um dos desafios nesse contexto é o vaginismo. Embora seja difícil de dimensionar sua frequência, essa condição afeta um número significativo de mulheres em todo o Brasil e o mundo. Muitas delas enfrentam dores durante ou antes da relação sexual, o que pode ter um impacto profundo em sua qualidade de vida e bem-estar emocional.

Além disso, é relevante mencionar que o vaginismo muitas vezes coexiste com outras condições médicas, como atrofia vaginal, endometriose e doença inflamatória pélvica (DIP), o que ressalta a importância de um acompanhamento ginecológico frequente para lidar com essas questões de saúde. Por isso, a seguir, vamos esclarecer as principais dúvidas sobre essa condição e como tratá-la. Ficou interessada? Acompanhe nosso post sobre o tema!

O que é o vaginismo?

O vaginismo é uma condição ginecológica, caracterizada pela contração involuntária dos músculos do assoalho pélvico durante as tentativas de relação sexual vaginal. Essa condição ginecológica pode causar uma redução significativa da qualidade de vida das mulheres.

No vaginismo, o ato de penetração durante o sexo é frequentemente acompanhado de dor intensa. Além disso, os músculos do assoalho pélvico, que desempenham um papel fundamental na função sexual, contraem-se involuntariamente, dificultando ainda mais a penetração e aumentando a dor.

Tecnicamente, essa dor é conhecida como dispareunia superficial, pois se inicia no início da penetração. É diferente da dispareunia de profundidade, que ocorre quando o pênis já está penetrado na vagina. Os episódios podem ser desencadeados por fatores físicos ou psicológicos, tornando a experiência sexual angustiante.

Por isso, associado ao quadro, pode surgir uma ansiedade intensa antes do ato sexual. Esse medo pode se tornar um ciclo vicioso, dificultando o relaxamento necessário às relações sexuais prazerosas.

Como identificar e diagnosticar o vaginismo?

Para diagnosticar o vaginismo, seu ginecologista vai considerar quatro critérios principais:

  • Dificuldade significativa nas relações sexuais, marcada por uma experiência sexual desconfortável e dolorosa;
  • Dor gênito-pélvica: a dor pode estar presente tanto na região genital quanto se estender para a pelve;
  • Tensão nos Músculos do Assoalho Pélvico: a tensão excessiva nos músculos do assoalho pélvico exerce uma pressão sobre as paredes da vagina, o que dificulta a penetração sexual;
  • Medo da dor ou da penetração vaginal: a ansiedade antes e durante as relações sexuais é uma parte fundamental do quadro do vaginismo.

Para caracterizar o vaginismo, esses critérios devem estar presentes por pelo menos 6 meses, causando sofrimento importante para a mulher.

É fundamental distinguir os sintomas do vaginismo de outras condições ginecológicas para garantir um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz. Por isso, é necessário buscar um ginecologista capacitado e experiente para que você possa ter um plano terapêutico mais assertivo.

Como é feito o tratamento do vaginismo?

O tratamento do vaginismo é individualizado de acordo com as características individuais da paciente e das manifestações da condição. Por isso, é fundamental passar por uma avaliação minuciosa, visando a identificação dos fatores desencadeantes. Geralmente, o tratamento envolve técnicas específicas voltadas para alívio da dor e a restauração da qualidade de vida.

Toxina Botulínica

A toxina botulínica, produzida pela bactéria Clostridium botulinum, é conhecida por sua toxicidade em concentrações elevadas. Nessa situação, ela causa o botulismo, uma enfermidade grave que afeta o sistema nervoso e causa paralisia muscular.

No entanto, em doses reduzidas, a aplicação da toxina botulínica demonstra um efeito relaxante nos músculos do assoalho pélvico, contribuindo para a redução da dor associada ao vaginismo. A dosagem e a diluição adequadas da toxina botulínica são determinadas de forma individualizada, considerando a gravidade do quadro de cada paciente.

Fisioterapia Pélvica

A fisioterapia pélvica é um tratamento muito recomendado na ginecologia, sendo aplicada em diversas situações. Além de seu uso no pré-natal e pós-parto, ela desempenha um papel importante no tratamento de:

  • Incontinência urinária;
  • Prolapso vaginal;
  • Síndrome geniturinária da menopausa;
  • Desconforto durante as relações sexuais em mulheres.

Portanto, a fisioterapia pélvica pode ser uma alternativa valiosa no tratamento do vaginismo, já que envolve exercícios de alongamento e fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico. No entanto, sua prescrição requer uma avaliação médica detalhada para determinar a adequação do tratamento ao caso da paciente.

Novas abordagens terapêuticas

O laser vaginal como parte do tratamento do vaginismo tem sido usado como um adjuvante terapêutico inovador. Este procedimento envolve a aplicação controlada de energia a laser nas áreas afetadas do canal vaginal, visando melhorar a flexibilidade e a elasticidade dos tecidos, reduzindo a tensão muscular e, consequentemente, minimizando a dor durante a penetração.

No entanto, é importante ressaltar que a eficácia e a segurança do laser vaginal no tratamento do vaginismo ainda estão sendo investigados. Por isso, é necessária uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios individuais antes da sua aplicação, que deve ser indicada e realizada por um ginecologista experiente.

Portanto, o tratamento do vaginismo envolve uma abordagem personalizada, que pode incluir a aplicação da toxina botulínica e a fisioterapia pélvica, com o intuito de reduzir a dor e melhorar a qualidade de vida da paciente. A escolha entre essas abordagens depende da avaliação ginecológica e das necessidades específicas de cada mulher.

Quer saber mais sobre o diagnóstico e o tratamento do vaginismo? Não deixe de ler nosso post completo sobre o tema!

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