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Rinite: diagnóstico e tratamento

Por: Dra. Elaine Vidigal

A rinite consiste em uma reação inflamatória das mucosas nasais muito comum na população. Estima-se, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), que cerca de 25% da população mundial possuem algum tipo de rinite.

É comum encontrar indivíduos que possuem rinite juntamente com quadros de asma e dermatite atópica.

A reação inflamatória da rinite é característica dos quadros de alergia. Quadros alérgicos são definidos como uma reação de hipersensibilidade ou resposta imunológica exacerbada.

Essa resposta é desencadeada a partir da exposição a agentes estranhos ao organismo, denominadas alérgenos e consiste na ativação de células do sistema imunológico e liberação de uma série de proteínas que sinalizam a reação inflamatória.

Os alérgenos entram em contato com o organismo e despertam a alergia por diversas vias, como a respiratória, cutânea (pele) ou até mesmo a partir da ingestão pela cavidade oral.

Dentre os fatores que podem desencadear a alergia, os mais comuns são:

  • ácaros ou fungos (mofo);
  • pelos de animais;
  • pólens de flores;
  • perfumes;
  • alimentos;
  • medicações.

O organismo do indivíduo que possui alergia, desperta o sistema imune após entrar em contato com agentes alergênicos por reconhecê-los como ofensivos e possíveis agressores.

A partir disso, a sintomatologia da alergia muito comuns, como vermelhidão, coceira e inchaços podem surgir como resposta à exposição. Os quadros de rinite podem ser de variados tipos, a depender do mecanismo fisiopatológico que desencadeia as reações.

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O que é rinite e quais são seus sintomas?

A rinite é a inflamação da mucosa que reveste a cavidade nasal, seja ela aguda, quando os sintomas duram cerca de 7 a 10 dias ou crônica, quando persiste durante meses.

O nariz serve de canal para passagem constante de ar, para que ocorra oxigenação do sangue nos pulmões. Apesar disso, junto ao ar, algumas substâncias e microrganismos também entram em contato com o epitélio.

Por isso, a mucosa nasal, composta por células de revestimento e defesa, pelos e muco, deve naturalmente ser capaz de responder à presença de agentes estranhos. Porém, nos quadros de rinite, existe uma resposta exagerada a partir desse contato.

Existem vários tipos de rinites conhecidos, dentre os quais se encontram:

  • Infecciosa: em resposta a agentes bacterianos ou virais;
  • Alérgica: após o contato com substâncias pelas quais o indivíduo possui alergia;
  • Não alérgica: não envolve o sistema imunológico pois o contato com algumas substâncias por si só já é capaz de desencadear o quadro;
  • Mista: quando a rinite possui diversas causas, sejam elas microrganismos ou até mesmo mudanças climáticas.

Além desses, a sintomatologia da rinite pode também ser desencadeada após a utilização de determinados medicamentos. Dentre os sintomas que podem surgir de acordo com o quadro de rinite são:

  • Coriza e irritação nasal;
  • Nariz entupido ou secreções nasais constantes;
  • Coceira na região nasal, podendo acometer olhos, céu da boca e partes da garganta;
  • Espirros constantes.

A maior parte dos quadros de rinite são resolvidos de maneira espontânea, porém, em outros casos, se não tratada adequadamente, o paciente pode apresentar uma piora significativa na qualidade de vida.

Isso porque a rinite pode interferir no sono e até mesmo desencadear outras complicações possíveis.

Vale ressaltar que, nos quadros de rinite que envolve a ação do sistema imunológico, quanto mais exposto é o indivíduo à substância alergênica, mais intensos serão as reações inflamatórias nas exposições seguintes.

Como é feito o diagnóstico de rinite?

Em primeiro lugar, é realizada uma análise minuciosa da história clínica apresentada pelo paciente. Muitas vezes, os pacientes não levam a rinite como condição importante, muito devido a seus quadros auto resolutivos.

Porém, é importante se atentar aos sinais e sintomas, principalmente nos quadros em que a rinite é crônica e o paciente permanece com crises de forma recorrente.

Durante a consulta são avaliados os sintomas, bem como suas características de intensidade, frequência com que ocorrem, fatores desencadeantes, fatores de melhora e vários outros parâmetros.

A partir disso, o médico pode realizar o exame físico para inspecionar a mucosa nasal, a fim de identificar sintomas compatíveis com o quadro de rinite que possam ser visualizados e facilitar o raciocínio diagnóstico.

O diagnóstico de rinite é majoritariamente clínico e na maioria dos casos, não é necessária a solicitação de exames para investigação complementar.

Porém, em alguns quadros, testes diagnósticos cutâneos e dosagem de imunoglobulinas séricas podem ser úteis no processo de diferenciação do tipo de rinite.

Isso se faz necessário pois os tipos diferentes de rinite possuem formas de tratamento distintas de acordo com o mecanismo desencadeador das crises. Após a confirmação do diagnóstico e definição do tipo de rinite, o paciente inicia o tratamento.

Como tratar a rinite?

O tratamento da rinite visa prevenir e evitar os quadros de crise da condição. Para isso, inicialmente, pode ser prescrito para o paciente, a utilização de medicações nasais à base de corticoide.

Essa intervenção inicial pode durar cerca de oito semanas e tem como objetivo diminuir a intensidade e frequência com que os sintomas surgem.

Para pacientes que não obtiveram boa resposta a essa terapêutica, pode se fazer necessário a implementação do tratamento contínuo.

Apesar disso, para que o tratamento seja efetivo, além das medicações antialérgicas, é necessário estabelecer o controle do ambiente. Isso quer dizer que o paciente deve evitar o contato com a substância que sabidamente desencadeia os quadros de rinite.

Algumas formas de estabelecer o controle do ambiente é manter a moradia limpa, arejada, evitar utilização de cortinas, tapetes, animais de estimação, entre várias outras.

Além disso, evitar o tabagismo e contato com a fumaça do cigarro também pode contribuir para o tratamento.

Uma alternativa para tratar a rinite é a realização da imunoterapia. Consiste em sessões de exposição gradativa ao alérgeno para condicionar o organismo a não responder intensamente à exposição natural a essas substâncias.

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