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O que é blastocisto?

Por: Dra. Fabrícia Leal Zaganelli

O estágio blastocisto do desenvolvimento embrionário é crucial para o sucesso de uma tentativa de fertilização. Ele começa uma vez que as células do embrião começam a se diferenciar, evoluindo para além do estágio inicial do zigoto.

Durante este período crítico, o blastocisto deve passar por mudanças para que possa ser implantado no útero e continuar crescendo como um feto. Se essa transição de zigoto para blastocisto enfrentar problemas, há um alto risco de a gestação se tornar inviável.

Felizmente, os casais inférteis podem contar com técnicas para otimizar suas chances de produzir blastocistos saudáveis. Assim, podem aumentar suas chances de sucesso com processos de fertilização in vitro, a FIV.

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O que é blastocisto?

Após a fertilização, o zigoto começa a se dividir rapidamente, formando células chamadas mórulas. Essas células continuam a se dividir até atingirem o estágio de blastocisto, o qual contém células com maior diferenciação. Neste ponto, o blastocisto contém cerca de 100 células.

Principais eventos do desenvolvimento de blastocistos

Estágios pré-blastocisto — Os principais eventos que ocorrerão antes do desenvolvimento do blastocisto são os seguintes:

  • Fecundação, a penetração do espermatozoide no gameta feminino;
  • Singamia, que é a fusão dos núcleos do óvulo e do esperma para formar o zigoto;
  • Clivagem, o processo de divisão celular que segue o estágio de zigoto. Durante esse período, o embrião se divide diversas vezes para produzir um pequeno grupo de células chamado mórula;
  • Mórula, a qual eventualmente se transforma em um blastocisto. Neste ponto, o embrião tem apenas uma camada de espessura. Essa é uma transição extremamente importante porque marca o ponto em que as células-tronco se tornarão um embrião propriamente dito.

Formação do blastocisto — O blastocisto é composto de duas partes principais. O interior do blastocisto é constituído de células-tronco embrionárias (ESC) que estão se diferenciando em duas camadas:

  • A massa celular interna (MCI), que dará origem às estruturas que forma o corpo do feto;
  • O trofectoderma, que se diferenciará para originar a placenta, o cordão umbilical e outros anexos embrionários.

O estágio de expansão — Durante o estágio de expansão do blastocisto, os blastocistos continuam a se desenvolver e crescer. Eles começam a tomar forma à medida que as células se dividem e se movem em direção ao centro do embrião (a partir de onde ocorre a formação dos órgãos).

O estágio de implantação do blastocisto — Neste ponto, o blastocisto atinge seu tamanho final e começa a se implantar no revestimento do útero. Este processo ocorre entre os dias 5 e 6 após a fertilização. Esse é um dos momentos mais cruciais do processo de desenvolvimento de uma gestação.

Quando a implantação é bem-sucedida, o blastocisto continua a se desenvolver, tornando-se um feto após formar a placenta. Nessa fase, também se forma o saco vitelino, que eventualmente se tornará a cavidade amniótica.

Organogênese — esse é o processo de formação dos órgãos e estruturas do corpo humano, durante o qual o embrião começa a se desenvolver em um feto totalmente formado. Isso acontecerá apenas se a implantação tiver sido bem-sucedida.

O blastocisto e a FIV

Na maior parte dos protocolos modernos de FIV, o embrião é cultivado em laboratório até o estágio de blastocisto. Depois disso, será transferido ao útero.

Procedimento de cultivo embrionário e transferência do embrião

Durante a fase de blastocisto, o endométrio começará a ser submetido a uma fase de decidualização pela administração de hCG. O endométrio é o revestimento do útero que ajudará a fomentar o crescimento de um embrião, uma vez implantado com sucesso.

O hCG é uma substância secretada pelo blastocisto para manter um ambiente hormonal favorável ao desenvolvimento de uma gestação. Na reprodução natural, os níveis de hCG aumentam progressivamente à medida que as células do trofoblasto do blastocisto se multiplicam.

Alguns protocolos de FIV preveem a dosagem do hCG na cultura embrionária para determinar o melhor momento para a transferência embrionária. Assim, teoricamente, o embrião tem maiores chances de produzir um ambiente uterino favorável para a implementação.

O que influencia a qualidade do blastocisto e da implantação embrionária?

Há uma série de fatores que afetarão o sucesso de sua produção de um blastocisto viável, como:

  • Idade da mulher: quanto mais velha for a mulher, maior a probabilidade de que seus óvulos sejam de pior qualidade;
  • Os meios utilizados para cultura: o tipo de meio utilizado para cultura afetará a forma como os embriões se desenvolvem em cultura. Isso significa que a escolha dos meios pode ter um impacto significativo no sucesso da formação de blastocistos;
  • Condições de incubação: a temperatura e outras condições utilizadas para incubar embriões também podem ter um impacto significativo.

Além disso, a qualidade do blastocisto pode ser influenciada por medicamentos para potencializar a fertilidade. As mulheres que estão usando medicamentos para estimular seus ovários frequentemente recebem doses mais altas do que as presentes no organismo naturalmente.

Outro fator importante é a excelência da clínica de FIV. Cada instituição usualmente tem seus próprios protocolos clínicos e processos de capacitação/controle de qualidade. Com isso, pode haver uma grande diferença em relação à forma como os funcionários desempenham suas funções. Por esse motivo, é fundamental buscar uma clínica de reprodução assistida que utilize protocolos seguros e baseados em evidências científicas.

Quer saber mais sobre a fertilização in vitro e como ela funciona? Confira este artigo sobre o tema!

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