A asma é uma doença crônica devido à inflamação persistente das vias aéreas inferiores, acometendo principalmente os brônquios e bronquíolos. Muitas pessoas conhecem a condição e sabem identificar rapidamente os seus sintomas, mas a maioria delas não sabe exatamente o que é a asma.

Assim, surgem confusões muito comuns sobre a doença. Por exemplo, ao contrário do que muita gente acredita, nem todo o chiado (ou chieira) no peito ocorre por causa da asma. Da mesma forma, a asma não acomete apenas crianças e adolescentes. Ela pode se iniciar ou se manter durante a idade adulta.

Quer entender melhor essa doença tão frequente no Brasil? Acompanhe o nosso post até o final!

O que é a asma?

A asma é caracterizada pela hiper-reatividade da árvore brônquica, causando o estreitamento das vias aéreas pulmonares.

Ela pode ser ou não uma doença relacionada à alergias (atopia), isto é, relacionada a um excesso de reatividade do sistema imunológico a substâncias presentes no ambiente.

Quando está relacionada à atopia, o paciente comumente apresenta outras condições atópicas associadas, como a dermatite atópica e a rinite alérgica. Causas não alérgicas da asma podem ser a exposição ambiental a substâncias irritantes das vias aéreas inferiores, como no ambiente de trabalho (asma ocupacional).

Doença crônica, isto é, não existe uma cura definitiva para ela com um tratamento médico. Ela pode ser, contudo, controlada com medidas farmacológicas, mudanças de hábitos, controle da exposição aos gatilhos da crise, entre outras possibilidades.

Os principais órgãos e tecidos das vias aéreas inferiores estão localizadas na caixa torácica, como:

• Parte inferior da traqueia;
• Brônquios, que são tubos mais calibrosos que conduzem o ar em seu trajeto inicial no pulmão;
• Bronquíolos, que são as ramificações menores e mais finas da árvore brônquica, conduzindo o ar ao final de sua trajetória até os alvéolos;
• Os alvéolos pulmonares, estruturas responsáveis pelas trocas gasosas.

No caso da asma, a árvore brônquica (brônquios e bronquíolos) é a principal estrutura afetada, ocorrendo um estreitamento dos canais condutores.

A principal característica da asma é a hiper-reatividade da árvore brônquica. Em outras palavras, as vias aéreas do indivíduo são mais sensíveis a determinados estímulos ambientais, como determinadas substâncias químicas ou mudanças de temperatura. Assim, elas reagem com um processo de inflamação crônico.

Nas crises da doença, o processo se agrava, pois acontece um processo chamado de broncoespasmo, que é a contração dos brônquios. Isso dificulta a condução de ar até os alvéolos, onde ocorrem as trocas de gás carbônico por oxigênio. Assim, surgem os sintomas da doença, que podem evoluir ao comprometimento grave da capacidade ventilatória.

Causas da asma

A asma é uma doença complexa, que surge devido à interação de fatores genéticos com a exposição ambiental. Veja os principais fatores de risco que são

• Genética — há evidências significativas de que a asma está relacionada a uma complexa relação de genes transmitidos hereditariamente;
• história familiar — devido ao fator genético, ter pais ou irmãos com alguma doença atópica aumenta os riscos de o indivíduo ter a doença;
• Controle inadequado da asma materna durante a gestação;
• Exposição pré-natal ao tabaco;

Alguns estudos isolados encontraram outros fatores de risco para a asma, mas as evidências ainda são imaturas ou controversas. Veja alguns exemplos:

• Uso de algumas medicações, como acetaminofeno, antibióticos, inibidores da bomba de prótons e anti-histamínicos H2;
• Pré-eclâmpsia;
• Nascimento por cesariana;
• Ter tido icterícia neonatal;
• Carência de vitamina D durante a gestação ou a infância.

Gatilhos das crises asmáticas

Os fatores capazes de desencadear uma crise asmática são conhecidos técnica e popularmente como “gatilhos”. Em geral, os alérgenos e as substâncias irritativas mais frequentemente relacionadas às crises de asma são:

• ácaros;
• fungos;
• pólens;
• pelo de animais;
• fezes de barata;
• infecções virais;
• fumaça de cigarro;
• poluição ambiental.

As crises também podem ser desencadeadas por fatores não químicos, como:

• Estresse físico — mudança brusca de temperatura e prática de atividades esportivas;
• Condições psicológicas — o estresse emocional é reconhecido na literatura médica como um dos gatilhos da asma.

A adolescência é uma das fases do desenvolvimento humano que traz mais desafios emocionais.

• Conflitos emocionais relacionados a mudanças e à identidade;
• Ansiedade de performance em períodos de provas e de seleção para universidade;
• Dificuldades nas relações afetivas;
• Problemas de socialização;
• Maior busca por aceitação.

Com isso, a asma pode surgir ou se agravar durante essa fase da vida.

Prevalência da asma

Na infância, a asma é mais comum entre meninos do que em meninas. Contudo, por volta da adolescência, a frequência da doença no sexo feminino aumenta. Assim, na idade adulta, não existe uma diferença significativa entre o número de pessoas acometidas devido ao sexo.

Após os 40 anos, a relação se inverte, com as mulheres representando uma maior proporção dos casos de asma.

Sintomas, diagnóstico e tratamento da asma

Os principais sintomas da asma são:

• Tosse seca, principalmente no período noturno ou logo ao acordar;
• Chiado no peito;
• Falta de ar;
• Sensação de aperto no peito.

O diagnóstico é clínico, com base nos sinais e sintomas do paciente, assim como o histórico familiar e ocupacional.

Por ser uma doença crônica, não falamos de cura para a asma, mas de controle. O tratamento é sempre individualizado de acordo com as características da doença de cada paciente, como:

• Idade;
• Número de crises recentes;
• Comorbidades;
• Resposta a terapias prévias, entre outros pontos.

A partir disso, as medidas de controle da asma são amplas. Elas envolvem a redução da exposição aos alérgenos e gatilhos, podendo abranger também uso de uma ou mais medicações apenas nas crises de agudização ou em uso contínuo.

Quer saber mais sobre a asma e como ela pode ser tratada? Confira nosso artigo completo sobre o tema!