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Microcirurgia: o que é?

Por: Dr. Sonival Azevedo Oliveira

A microcirurgia ortopédica é uma subespecialidade dentro do campo da ortopedia, a especialidade médica que cuida dos ossos, músculos e articulações. É uma técnica que pode ser usada para tratar uma variedade de condições, mais comumente lesões de nervos e vasos, traumas articulares ou deformidades congênitas.

Esses procedimentos geralmente são bastante complexos e exigem habilidade, precisão e experiência do profissional. Um microcirurgião ortopédico tem um extenso treinamento em anatomia e, especificamente, como o corpo funciona em relação ao movimento, estabilidade e amplitude de movimento nas articulações. Isso é fundamental para uma boa recuperação e a reabilitação da funcionalidade perdida devido a problemas ortopédicos.

Um microcirurgião qualificado tem uma compreensão dos benefícios e riscos potenciais associados a esses procedimentos. Para isso, ele deve verificar se o seu caso está dentro das indicações baseadas em evidências científicas e empregará as melhores técnicas para reduzir as complicações.

Além disso, um microcirurgião experiente entende que tipo de problemas secundários podem surgir da sua condição e toma medidas para preveni-las. Assim, você poderá ter resultados mais duradouros e consistentes. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe nosso post!

 O que é um procedimento de microcirurgia?

Um procedimento de microcirurgia é um tipo de operação que requer um alto nível de precisão. Por isso, são frequentemente usados ​​para tratar lesões ortopédicas complexas, como as lesões que acometem as mãos, o punho e o cotovelo. Por esses locais, passam diversas estruturas delicadas, como nervos e artérias. Assim, uma lesão acidental durante a execução da cirurgia pode ter consequências significativas para os movimentos dessas articulações.

Como a microcirurgia é realizada?

Um procedimento é considerado uma microcirurgia por ser minimamente invasivo e envolver:

  • Pequenas incisões pequenas na pele para minimizar as cicatrizes e as complicações pós-cirúrgicas;
  • Uso de instrumentos ópticos (lupas, microscópios e câmeras) para visualizar de todas as estruturas de forma ampliada. Então, mesmo um pequeno nervo poderá ser visto com grande detalhe;
  • Uso de instrumentos delicados (micropinças, microporta-agulhas, microtesouras, etc.).

Portanto, a palavra “micro” descreve também o nível de precisão e exatidão em termos das incisões e dos instrumentos usados. Após a incisão, o cirurgião da mão utiliza microinstrumentos cirúrgicos, que são extremamente delicados e têm dimensões menores do que os utilizados em outras técnicas cirúrgicas.

No entanto, o mais importante é a habilidade do cirurgião, que fará movimentos bastante precisos e calculados para reduzir o risco de lesões acidentais durante a execução da técnica. Esse trabalho pode envolver etapas, como:

  • Retirada (exérese) do tecido lesionado;
  • Suturas, enxertos e reparos as articulações, músculos e ossos;
  • Reposicionamento das articulações e ossos;
  • Implante de órteses e próteses, quando forem necessárias;
  • Microssutura de nervos, artérias e veias.

Existem muitos tipos diferentes de procedimentos de microcirurgia, como:

  • Reparos de tendões;
  • Realinhamentos de articulações;
  • Reconstruções de articulações sinoviais e de tecido cartilaginosos;
  • Reparo e restauração musculoesquelética, de nervos, artérias e veias.

Indicações da microcirurgia

Esse é um procedimento que se destina a restaurar a função de uma articulação ou de uma parte do corpo. Isso geralmente é feito quando houve uma lesão traumática ou complicação devido a uma doença de base, como artrite reumatoide.

Entre as condições que podem ser tratadas pela microcirurgia, estão:

  • Síndrome do túnel do carpo;
  • Dedo em gatilho;
  • Dedo em martelo;
  • Tendinites;
  • Tenossinovite;
  • Rizartrose;
  • Cistos sinoviais;
  • Osteoartrose degenerativa dos dedos;
  • Polidactilia (dedos extranumerários);
  • Sindactilia (dedos unidos);
  • Paralisia obstétrica do plexo braquial;
  • Doença de Dupuytren ou fibromatose da fáscia palmar;
  • Epicondilite medial e lateral;
  • Bursite olecraniana;
  • Lesões ligamentares;
  • Lesões nos tendões;
  • Lesões de nervos e vasos;
  • Fraturas e luxações;
  • Perda de cobertura cutânea.

O objetivo deste procedimento é reparar os tecidos moles e ossos, além de restaurar estabilidade do membro ou articulação. Existem vários tipos de procedimentos de reparo e restauração musculoesquelética pela microcirurgia, como:

  • Refixação de tendões e ligamentos;
  • Reconstrução com retalhos;
  • Reparo da cápsula;
  • Restauração da articulação;
  • Descompressão de articulações.

O tipo de procedimento usado dependerá das especificidades da condição do paciente. As técnicas dependerão do tipo de tecido que foi danificado. Por exemplo, um ligamento rompido pode ser reconectado cirurgicamente ao osso. Um músculo lesionado pode ser reconstruído com um retalho de outra parte do corpo do paciente. Veremos alguns exemplos a seguir!

Reparo e realinhamento do tendão

O realinhamento e reparo do tendão é um procedimento comumente realizado após uma luxação da articulação. Esse trauma ortopédico pode fazer com que:

  • Os tecidos moles rasguem ou se fragmentem;
  • A capa de articulações pode também  se romper.

O objetivo deste tipo de cirurgia é realinhar o tecido mole ao redor da articulação e restaurar a integridade dos músculos e tendões.

Em ambos os casos, o procedimento para corrigir o dano é o mesmo. Primeiro, o cirurgião vai realinhar a articulação e reparar os tecidos lesionados. O cirurgião usará, para isso, microssuturas (pontos), enxertos ou técnicas adequadas para cada caso. Finalmente, o cirurgião aplicará um gesso ou uma órtese para proteger o tecido mole enquanto ele cicatriza.

Substituição da articulação (implante de prótese)

A substituição da articulação é frequentemente usada para tratar a artrite e a osteoartrose graves. O principal objetivo desse procedimento é restaurar um movimento mais funcional e aliviar a dor.

Existem muitas maneiras de realizar a substituição da articulação. O tipo de procedimento usado dependerá das especificidades da condição do paciente. A articulação protética (prótese) será selecionada com base na condição do paciente, na idade e em outros fatores relevantes analisados de forma individualizada. Em alguns casos, uma prótese parcial ou uma hemiartroplastia (reparação parcial da articulação) pode ser recomendada.

O procedimento de implantação requer um cirurgião altamente qualificado, visto que é muito complexo, o qual envolve a incisões, reparos e suturas em dezenas de estruturas cujo diâmetro pode ser tão pequeno quanto 1 milímetro.

O processo de reabilitação segue as mesmas diretrizes gerais de qualquer outro procedimento ortopédico de grande porte. O paciente provavelmente ficará engessado ou com uma órtese por algumas semanas, seguido por um período de descanso e recuperação. Afinal, a recuperação definitiva de lesões osteomusculares complexas tende a levar vários meses.

A microcirurgia ortopédica é uma subespecialidade dentro do campo da ortopedia. É uma técnica que pode ser usada para tratar uma ampla gama de condições, mais comumente traumas articulares, neurológicos e vasculares, síndromes compressivas, deformidades congênitas ou adquiridas.

Um microcirurgião ortopédico tem um extenso treinamento em anatomia das mãos, dos braços e dos cotovelos para ajudar os pacientes a recuperar o movimento, preservando o máximo de a sua estabilidade e amplitude.

Quer saber mais sobre a microcirurgia e como encontrar um profissional capacitado para executá-la? Confira este artigo sobre o tema!

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