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Doença de Parkinson: o que é e quais são suas causas?

Por: Dra. Joana Azevedo Oliveira

A doença de Parkinson é a segunda condição crônica e neurodegenerativa mais prevalente que acomete o sistema nervoso central (SNC), ficando atrás apenas da doença de Alzheimer.

O termo “Parkinson” foi designado à essa doença, pois ela foi descrita pelo médico inglês, membro do colégio real de cirurgiões, James Parkinson, em 1817, no ensaio intitulado “An Essay on the Shaking Palsy”. Apesar disso, a doença só recebeu o reconhecimento pelos neurologistas em meados do século 19.

Atualmente, convivemos com o processo de transição demográfica e consequente aumento da expectativa de vida em diversos países no mundo. Com isso, a população geral passa a ser mais velha e, dessa forma, com diversas condições crônicas de saúde.

Hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus do tipo 2 (DM II), cânceres dos mais diversos, doenças neurodegenerativas, como a doença de Parkinson e de Alzheimer, por exemplo, passam a se tornar mais comuns.

A doença de Parkinson é motivo de muitas consultas nos centros especializados em transtornos do desenvolvimento. Entre os idosos, chega a representar 75% das motivações de busca por acompanhamento médico.

Isso porque, doenças neurodegenerativas estão ligadas a mortes ou perda de função das células cerebrais, o que está intensamente atrelado ao processo de envelhecimento.

Possui maior incidência na população acima de 65 anos, com prevalência de 1 a 2% em todo o mundo e, no Brasil, de 3%.

Por se tratar de uma condição crônica de saúde, a doença de Parkinson não possui cura. Porém, existem formas de amenizar os sintomas por terapêuticas apropriadas e, dessa forma, melhorar a qualidade de vida do paciente com parkinsonismo.

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O que é a doença de Parkinson?

A doença de Parkinson, ou mal de Parkinson, como também é conhecido, é caracterizada por um comprometimento neurológico progressivo, que acomete principalmente a coordenação motora do paciente.

Essa condição resulta da perda e morte progressiva do tecido neuronal sadio. Os sinais clínicos mais comuns do paciente parkinsoniano são:

  • tremores;
  • rigidez muscular;
  • distúrbios da fala;
  • postura inclinada;
  • movimento rítmico e circular com os polegares (pill-rolling);
  • dificuldade com equilíbrio;
  • dificuldade na movimentação voluntária (discinesia);
  • movimentação mais lentificada (bradicinesia);
  • dificuldade na escrita.

O tremor é um dos primeiros a surgir, se inicia nos membros superiores, unilateral, em repouso, mais especificamente nas mãos e pode progredir para o outro lado.

A perda de equilíbrio ou instabilidade postural é um dos sintomas mais importantes, principalmente para idosos, devido à maior predisposição a quedas e fraturas.

Outros sinais também podem indicar a doença, como alterações do sono, acúmulo de saliva, dificuldades na deglutição, distúrbios na fala e diferentes alterações na qualidade de vida.

Além disso, quadros de depressão e ansiedade podem se desenvolver ao longo do curso da doença e devem ser avaliados por profissionais especializados junto à equipe multidisciplinar.

Quais são as causas da doença de Parkinson?

A doença de Parkinson tem como causa base a redução dos níveis de dopamina. A dopamina é um importante neurotransmissor, ou seja, mensageiro químico que leva informações de um neurônio para uma célula receptora.

Ela é produzida no citoplasma dos neurônios dopaminérgicos a partir de um aminoácido, a tirosina. É responsável por funções relacionadas ao controle motor, regulação de emoções, cognição, prazer, humor, algumas funções endócrinas e várias outras.

Além disso, também é substrato precursor de outros neurotransmissores, a adrenalina e noradrenalina.

Como já foi dito, a morte das células nervosas, mais especificamente dos neurônios dopaminérgicos da parte compacta da substância negra, provoca a redução progressiva da produção e concentração de dopamina no organismo.

A redução da dopamina no organismo, promove alterações nos circuitos responsáveis pela motricidade do paciente, o que explica o surgimento dos principais sintomas.

Além disso, na doença de Parkinson ocorre o acúmulo de uma proteína denominada alfa-sinucleína no tecido neuronal, o que desencadeia a formação dos corpos de Lewy.

Essas estruturas se espalham lenta e progressivamente, causando danos e mais morte de neurônios, incluindo os dopaminérgicos. Em alguns diagnósticos, é possível identificar a doença de Parkinson associada a quadros de demência com corpos de Lewy, como é classificada.

Qual é a forma de tratamento?

A doença de Parkinson é uma doença crônica, ou seja, permanece com o indivíduo ao longo de sua vida. A grande dificuldade de cura nas condições que acometem o sistema nervoso é que nele, as células não se renovam com tanta facilidade.

Apesar disso, existem maneiras de abordar e tratar a condição para que os sintomas sejam amenizados e a qualidade de vida do paciente seja melhorada.

Uma das alternativas de tratamento se dá por meio da utilização de medicamentos, entre eles os que atuam diretamente na manutenção da concentração dos níveis de dopamina, aumentando, dessa forma, a disponibilidade do neurotransmissor e reduzindo a incidência dos sintomas.

Além disso, antidepressivos e outras opções medicamentosas também podem ser necessárias na manutenção do quadro, de acordo com a indicação.

É importante ressaltar que, quanto mais precoce o diagnóstico, mais eficiente se torna o tratamento do paciente. Portanto, diante de sintomas semelhantes aos da doença de Parkinson, é recomendado que um médico especialista seja consultado para esclarecimentos.

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