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Dermatite de contato: conheça os sintomas

Por: Dra. Elaine Vidigal

A dermatite de contato, ou eczema de contato, ocorre em reação à exposição a uma substância alergênica, ou seja, que gera um quadro de alergia. Essa irritação se dá na pele e pode provocar uma série de sintomas, mas que dependem do sistema de defesa da pessoa para aparecer.

Iremos dar foco, neste post, na dermatite de contato, seus principais sintomas e quando é indicado procurar ajuda médica.

A dermatite de contato, então, surge quando o indivíduo é exposto a uma substância alergênica, ou seja, que desencadeia a alergia, quadro de inflamação em reação àquela estrutura estranha apresentada ao organismo.

O sistema de defesa entende o contato, identificando o agente, como possivelmente agressor. A partir disso, uma série de mecanismos são ativados que provocam reações internas que se manifestam por meio da irritação na pele.

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Mas afinal, o que é dermatite de contato?

A dermatite de contato, como foi citado, é uma reação inflamatória da pele que se manifesta a partir da exposição do indivíduo a substâncias alergênicas. Pode se apresentar de duas formas: a irritativa e a alérgica.

A dermatite de contato irritativa (DCI) ocorre na maior parte das vezes. As lesões que aparecem na pele são restritas ao local de contato e se dão na primeira exposição à substâncias, como:

  • Ácidos;
  • Álcalis;
  • Algumas plantas, como pimenta;
  • Líquidos corporais como suor, saliva, urina;
  • Sabonetes;
  • Detergentes;
  • Produtos de limpeza doméstica.

Já a dermatite de contato alérgica (DCA), se manifesta após repetidas vezes de exposição ao alérgeno. Por depender da capacidade imunológica de cada indivíduo, pode levar mais tempo para manifestar alguma reação.

Essas reações podem ser locais, mas podem também se espalhar para outras regiões. Se dão, geralmente, após contatos repetidos com produtos de uso diário, como:

  • Tintas;
  • Látex;
  • Bijuterias como, brincos, colares e anéis;
  • Alguns metais como, níquel e cobalto
  • Perfumes;
  • Desodorantes;
  • Cremes.

A dermatite de contato fotoalérgica pode surgir também após o contato com a substância seguido de exposição solar, como:

  • Sumo de frutas (limão e laranja);
  • Protetor solar;
  • Óleos;
  • Antibióticos tópicos;
  • Perfumes.

Outras formas de dermatite podem se apresentar a partir da exposição ocupacional. Essas pessoas podem entrar em contato diariamente com substâncias que podem desencadear essas reações. Como exemplos podem ser citados trabalhadores da construção civil, do serviço doméstico, cabelereiros e outros.

A dermatite de contato se diferencia das outras, como da atópica e seborreica, em alguns aspectos.

A dermatite atópica é uma condição genética, hereditária, crônica, não contagiosa. Ela se manifesta por erupções e feridas na pele, associadas à coceira, principalmente em locais de dobras.

Pode ser associada a quadros de asma, rinite e outros. Se manifesta, geralmente, quando ocorre exposição a:

  • Pólen;
  • Mofo;
  • Ácaro;
  • Perfumes;
  • Animais.

Já a dermatite seborreica é uma irritação cutânea que se dá por descamação e vermelhidão em algumas regiões da face como couro cabeludo, sobrancelhas, próximos ao nariz e orelhas. A manifestação varia entre períodos de melhora e piora.

A explicação para essa manifestação não é muito bem esclarecida, mas existem sugestões pela exposição a alérgenos, situações de estresse, bebidas alcoólicas, contato com o fungo Pityrosporum ovale, potenciais substâncias imunossupressoras e outras.

A dermatite numular é mais comum em pacientes idosos e pode estar associada a pele seca, desidratada e mudanças climáticas com prevalência em tempos frios. A etiologia dessa condição é desconhecida e as lesões podem aparecer sem causa identificada.

As lesões discoides (em forma de disco) podem apresentar pus e formar crostas. Pode se manifestar associada a coceira na maior parte das vezes e pode variar em número e tamanho. Também oscila com períodos de melhora e piora podendo aparecer no mesmo local já curado.

E quais são os sintomas da dermatite de contato?

Os sinais e sintomas da dermatite de contato podem ser diversos, mas algumas manifestações são frequentes. Podem aparecer lesões em qualquer local do corpo o que pode dificultar o diagnóstico assertivo.

A dermatite de contato irritativa é mais discreta e, geralmente, aparecem nas mãos, causando:

  • Prurido (coceira);
  • Ardor ou queimação;
  • Dor local;
  • Vermelhidão;
  • Edema (inchaço local);
  • Pele seca;
  • Sangramentos;

Já a dermatite de contato alérgica, aparece de 24h a 48h e pode causar:

  • Prurido (coceira) mais intenso;
  • Vermelhidão;
  • Bolhas;
  • Erupções.

Quando devo procurar ajuda médica?

A dermatite de contato normalmente, não provoca sinais e sintomas significativos que despertem o interesse no paciente para procura de ajuda médica.

As lesões, muitas vezes, são de autorresolução e não necessitam de acompanhamento. Apesar disso, existem métodos diagnósticos e medidas de tratamento que auxiliam na melhoria da qualidade de vida do paciente.

Os grupos que mais procuram o atendimento são mulheres com alergias às bijuterias e trabalhadores com manifestações de dermatites ocupacionais ou sintomatologia muito grave.

A investigação clínica pode ser realizada por um profissional especializado na área de dermatologia. A análise é feita a partir de uma boa anamnese e coleta de dados clínicos do paciente para que hipóteses sejam estabelecidas.

Perguntas como contato com alérgenos mais indicativos em casa, no dia a dia, no trabalho, tempo de exposição, e outros indicativos podem ser investigadas.

Existe ainda a possibilidade de realizar o Patch Test, um teste feito a partir da exposição a alguns possíveis alérgenos para identificação dos agentes. 

É importante reconhecer e identificar o agente causador das dermatites, pois assim, o paciente consiga evitar ou pelo menos diminuir o contato com aquela substância desencadeadora do processo alérgico.

Dessa forma, a dermatite de contato podem ser diagnosticadas e a partir disso, diminuir a incidência dos sintomas que possam incomodar o paciente e interferir na qualidade de vida em diversos aspectos, como no convívio social, sono, vestimenta e outros.

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