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Dermatite atópica: diagnóstico e tratamento

Por: Dra. Elaine Vidigal

A dermatite atópica, também conhecida como eczema atópico, é uma das condições alérgicas mais comuns que acometem a pele. É caracterizada principalmente pelo aparecimento de vermelhidão na pele, associada a coceira e até mesmo sangramentos.

A alergia é definida como uma resposta exagerada do sistema de defesa do corpo humano a um agente ou substância, que entram em contato com o corpo humano, por diversas vias, cutânea, oral ou respiratória.

As dermatites dizem respeito à resposta direcionada a substâncias que, normalmente, entram em contato com o corpo humano por meio da via cutânea, mas podem ser causadas por outros fatores.

Os processos inflamatórios podem ser agravados ao longo do tempo de acordo com os níveis de exposição às substâncias, e progredir em intensidade com que os sintomas repercutem.

Isso interfere diretamente na qualidade de vida do paciente, visto que os sintomas podem tornar o indivíduo menos disposto a realizar suas atividades diárias. Pode se tornar ainda mais difícil quando o paciente desconhece o agente causador das reações.

Por isso, diversos quadros alérgicos podem se tornar um grande desafio para indivíduos portadores. Além disso, quadros de determinadas comorbidades podem surgir associadas a outras condições clínicas, como dermatite atópica, asma e alergia alimentar, por exemplo.

A tríade composta por dermatite atópica, rinoconjuntivite alérgica e asma é chamada atopia.

A medicina contemporânea tem buscado inovar métodos investigativos visto que a partir do conhecimento acerca das repercussões da condição suspeita, bem como controle dos sintomas, para garantir o bem estar para o paciente.

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O que é dermatite atópica? Quais são os sintomas?

A dermatite atópica é uma doença inflamatória crônica e recidivante da pele com causas não muito bem esclarecidas na literatura. É sugerido que ocorra a partir da interação de fatores ambientais, genéticos e disfunções imunológicas do ser humano.

É uma condição mais comumente diagnosticada em crianças, em grandes ambientes urbanizados e países desenvolvidos. Os quadros sintomáticos normalmente se desenvolvem antes dos 5 anos de idade, mas podem começar na idade adulta.

O sintoma mais característico da dermatite atópica é o eczema, mas que pode se apresentar de forma variada a depender da idade do paciente.

Até um ano de idade, as lesões costumam aparecer mais em região de face, abdômen, pescoço e superfície extensora dos membros.

Nessa fase aguda, as lesões surgem como manchas ou placas vermelhas, associadas à prurido (coceira), espessadas e escamosas que podem apresentar erosões ao coçar.

O prurido costuma preceder o aparecimento das lesões e piora com calor, ar seco, sudorese, irritação local, roupas de lã ou tecidos sintéticos e estresse emocional.

Com o passar do tempo, de acordo com o desenvolvimento da criança, as lesões passam a surgir mais comumente em regiões flexoras dos membros (dobras de cotovelos e joelhos), mãos, pés e tornozelos.

Nesse estágio, a pele se apresenta com caráter descamativo devido a cronicidade das lesões. Vale ressaltar que o prurido pode interferir diretamente na qualidade do sono desses pacientes visto que pode ser mais incidente no período noturno.

Além disso, por ser uma condição que acomete diretamente a pele, a barreira mecânica protetora do organismo, pode tornar o indivíduo mais suscetível a infecções cutâneas, seja por agentes bacterianos, virais ou fúngicos.

Na adolescência as lesões podem persistir, mas nessa faixa predominam a formação de placas secas nos punhos, dorso da mão, pescoço e até mesmo em pálpebras.

Os fatores desencadeadores dessas lesões são principalmente:

  • Banhos ou lavagens em excesso;
  • Sabões abrasivos;
  • Colonização da pele pela bactéria Staphylococcus aureus;
  • Calor e sudorese;
  • Tecidos ásperos e lã.

Avaliação dos sintomas

É importante em uma abordagem inicial, saber a idade do paciente, a intensidade e frequência com que os sintomas aparecem, bem como agentes desencadeadores e mecanismos utilizados pelo paciente para melhora.

Além disso, é importante conhecer o histórico familiar, para verificação de quadros semelhantes, e analisar o aspecto e características das lesões, como local de aparecimento, coloração e fatores inflamatórios associados.

A partir disso, o médico consegue estreitar o raciocínio diagnóstico para estabelecer a propedêutica e prosseguir com a confirmação da dermatite atópica.

Diagnóstico da dermatite atópica

O diagnóstico na maioria das vezes é clínico, por isso a história da evolução da condição deve ser investigada de maneira minuciosa.

Além das informações citadas na avaliação, outros sinais, como prurido intenso, pele seca generalizada, início do quadro antes dos 2 anos de idade, ter asma ou rinite, podem ser muito úteis para o diagnóstico.

Não existem testes laboratoriais confirmatórios para dermatite atópica, mas exames de sangue e alguns testes podem auxiliar no processo de investigação da condição ou exclusão de outros diagnósticos diferenciais.

Vale ressaltar que a dermatite atópica pode ter episódios, durante a evolução, de remissão ou exacerbação dos sintomas.

Tratamento

O tratamento eficaz da dermatite atópica envolve cuidados com a pele, para mantê-la hidratada, afastamento de fatores desencadeadores ou agravantes dos sintomas para o paciente e utilização de medicações para contenção de crises ou progressão dos sintomas.

Por isso, a terapêutica deve ser implementada de maneira individual, visto que as formas de manifestações podem ser provocadas por fatores distintos a depender do mecanismo da condição nos pacientes.

O aconselhamento do paciente e familiares deve ser realizado, pois o tratamento exige a mobilização conjunta. Além disso, deve ser realizado para que o paciente conheça sua condição e as repercussões clínicas.

Os pacientes devem ser bem orientados acerca de métodos para hidratação da pele, a fim de restabelecer a barreira cutânea.

Quanto aos outros cuidados com a pele, deve-se evitar banhos quentes e muito longos, não utilizar esponja de banho e preferir sabonetes líquidos e de pH neutro. Loções e gel também podem ser utilizados para manutenção do cuidado.

Ao lavar roupas também é recomendada a utilização de sabão neutro a fim de reduzir o contato da pele com agentes que podem aumentar a irritação e desencadear os quadros de dermatite atópica.

É importante manter o ambiente domiciliar limpo e arejado, livre de fontes acumuladoras de ácaro, poeira e fungos, como tapetes e cortinas. Em casos de dermatite atópica associada à alergia alimentar, deve-se restringir os alimentos desencadeadores.

Já os medicamentos utilizados nesses quadros são corticoides tópicos e anti-histamínicos orais, que visam diminuir a exacerbação dos quadros alérgicos. Quadros mais graves podem exigir a utilização de corticoides sistêmicos e medicamentos imunossupressores.

Para que a dermatite atópica seja contida e os sintomas sejam amenizados, é importante o empenho do paciente, bem como de seus familiares, para que o tratamento implementado seja efetivo.

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