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Coito programado: o que é e quais são as indicações?

Por: Dra. Fabrícia Leal Zaganelli

O coito programado, ou relação sexual programada (RSP), como pode também ser chamado, é uma das técnicas de reprodução assistida para determinados quadros de infertilidade que alguns casais enfrentam.

A medicina reprodutiva consiste em um conjunto de técnicas e métodos que possibilitam a reprodução humana de maneira assistida, como a inseminação artificial (IA), a fertilização in vitro (FIV) e o coito programado.

Isso quer dizer que o processo de reprodução é favorecido, ou seja, passa a ser acompanhado por uma equipe médica especializada em reprodução assistida.

Além dessas, outras técnicas, como a injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI), teste genético pré-implantacional (PGT), criopreservação de gametas, também compõem os modelos atuais de reprodução assistida e podem ser utilizadas nos tratamentos com FIV.

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O que é o coito programado?

Como já foi dito, as técnicas de reprodução assistida eficazes para auxiliar no desejo de gestação e podem ser de baixa ou alta complexidade.

A inseminação artificial (IA) ou inseminação intrauterina (IIU), como também é conhecida, é uma das técnicas de baixa complexidade. Ela se resume à preparação dos gametas masculinos e a deposição do material no interior da cavidade uterina após a ovulação, processo no qual a mulher libera um gameta a cada ciclo menstrual.

Já a FIV é uma das técnicas de alta complexidade, ou seja, que requer sua realização em ambiente laboratorial especializado. Consiste, basicamente, na manipulação dos gametas para promover a fecundação fora do organismo feminino. Após isso, os embriões são cultivados e posteriormente transferidos ao útero, órgão em que todo o processo de gestação ocorre.

O coito programado, assim como a IA é de baixa complexidade, e é muito eficaz quando bem indicado e acompanhado. A fecundação ocorre nas tubas uterinas, como acontece na gravidez espontânea.

A técnica consiste em programar o momento mais adequado para que o casal tenha relação sexual, garantindo maiores chances de gravidez. Antes disso, a mulher passa por um processo de estimulação ovariana e indução à ovulação, durante o qual utiliza medicamentos hormonais semelhantes aos naturais para a liberação de uma maior quantidade de óvulos no período de ovulação.

Após isso, a mulher passa por várias sessões de ultrassonografia para avaliar o desenvolvimento folicular e identificar o período de maior fertilidade para realizar o coito programado.

Quais são as indicações do coito programado?

Antes de iniciar a técnica, a mulher passa por uma série de exames para graduar o nível de infertilidade. O coito programado é indicado principalmente para as que apresentam infertilidade leve. Isso porque, quando a infertilidade é provocada por fatores mais graves, há mais chances de sucesso no tratamento com a FIV, técnica mais complexa.

É importante que o parceiro não tenha nenhum problema de infertilidade, pois como a fecundação acontece de forma natural, os espermatozoides devem estar saudáveis para alcançar e fecundar o óvulo.

O coito programado é indicado, com chances de sucesso, nos casos em que:

  • a paciente possua idade inferior aos 35 anos de idade, visto que após essa idade a fertilidade da mulher sofre um declínio gradativo;
  • a infertilidade seja leve e que a mulher possua uma boa qualidade de óvulos e capacidade de ovulação;
  • a mulher possua uma reserva ovariana considerada adequada para realização da técnica;
  • os órgãos reprodutores sejam saudáveis, capazes de possibilitar uma gestação;
  • o parceiro possua boas condições de fertilidade.

Caso o quadro a ser tratado respeite todas as indicações, a mulher se torna apta para a realização do coito programado, dentro dos padrões estabelecidos para essa técnica de reprodução assistida.

Existem contraindicações para o coito programado?

Apesar de ser considerado um procedimento seguro, existem alguns casos em que a realização do coito programado é contraindicada. As contraindicações incluem as que são definidas para evitar uma gravidez natural.

Dentre elas, estão as alterações cardíacas ou renais e doenças infecciosas que podem ser passadas para o feto. Isso porque, determinadas doenças podem ser prejudiciais ao processo de gestação, principalmente se não acompanhadas.

Existem ainda os riscos relacionados à técnica, mas que são considerados de baixa gravidade. Um deles é o de gravidez múltipla, visto que com a estimulação ovariana a mulher pode liberar mais de um óvulo e possibilitar a gestação gemelar.

Além disso, a estimulação ovariana em excesso pode promover o desenvolvimento da Síndrome da Hiperestimulação Ovariana (SHO). Atualmente, no entanto, essa condição é facilmente evitada com o acompanhamento adequado durante o tratamento.

Por isso, é indicado que a mulher seja acompanhada por uma equipe especializada nas técnicas de reprodução assistida, dessa forma, as chances de sucesso do coito programado são mais altas e os riscos, reduzidos.

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