A cervicobraquialgia é um termo complexo e pode ser pouco conhecido, mas é uma condição muito comum. Consiste, basicamente, na dor em região do pescoço que irradia para os ombros, braços e mãos, semelhante aos quadros de lombociatalgia.

Dores na coluna são queixas muito comuns no consultório médico, ocupando o segundo lugar das queixas mais frequentes.

O termo “cervico” se refere à região cervical, ou seja, pescoço, incluindo a região nucal (posterior) e anterior. Já o termo “braquialgia” se refere a neuralgia (dor aguda e intensa que acomete um ou mais nervos) dos nervos do braço.

Portanto, o termo “cervicobraquialgia” se refere a uma dor no pescoço que acompanha o trato nervoso em direção aos componentes do membro superior, ombros e braços.

As diferentes causas, sintomas, diagnóstico e tratamento já foram amplamente estudadas e vamos abordar ao longo do texto.

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O que é a cervicobraquialgia?

Inicialmente, precisamos localizar topograficamente essa condição. A coluna vertebral contém a medula espinhal e é dividida em cinco segmentos: cervical, torácica, lombar, sacral e coccígea.

A cervicobraquialgia, ocorre no segmento cervical, correspondido entre as vértebras C1 a C7. Nos forames de cada vértebra, feixes nervosos saem da coluna se direcionando a membros para promover a condução dos impulsos da medula para promover a inervação motora e sensitiva dos membros.

Além de acometer a região cervical, correspondendo ao pescoço, a cervicobraquialgia atinge também os segmentos nervosos, o que provoca a irradiação da dor direcionada à braços e ombros.

A cervicobraquialgia é uma condição que pode atingir cerca de 30% da população adulta e é mais prevalente no sexo feminino.

É caracterizada por dores persistentes e limitantes em região cervical, que podem variar desde pequenos desconfortos à dores incapacitantes físicas e funcionais.

Os principais relatos são a respeito da interferência na qualidade de vida, uso contínuo de medicações e evolução, culminando em outros quadros clínicos, como depressão e outras alterações do padrão emocional, além de impor desafios em diversos parâmetros do dia a dia.

A causa dessa condição está diretamente ligada à compressão nervosa, seja por hérnias de disco, estenose (estreitamentos) de canal cervical, tumores, fraturas, infecções, mal formações congênitas.

Dentre os fatores que podem desencadear a cervicobraquialgia estão:

• Lesões traumáticas;
• Processo inflamatórios;
• Estresse excessivo;
• Ansiedade;
• Doenças degenerativas, como osteoartrose e artrite;
• Reumatismo;
• Alguns processos infecciosos, como tuberculose.

Todos esses fatores podem desencadear um processo de compressão nervosa que promove a dor local com consequente irradiação pelos trajetos nervosos.

Quais são os sintomas da cervicobraquialgia?

O sinal mais significativo nos quadros de cervicobraquialgia é o desconforto e dores constantes em região cervical, ombros e braços.

O paciente pode queixar-se de dores que o impedem até mesmo de executar funções básicas, como pentear cabelo, escrever ou digitar, cozinhar, escovar os dentes e outras atividades que exijam a movimentação das porções componentes do membro superior.

As dores podem ser uni ou bilaterais, ou seja, no pescoço podendo irradiar para ombros e braços direito ou esquerdo, ou até mesmo para os dois simultaneamente. Além da dor, o paciente pode queixar-se:

• Sensação de choques;
• Dormência da região de pescoço, ombros, braços, antebraços e mãos;
• Formigamento no pescoço e membros;
• Perda de força muscular.

Existem formas de prevenir o desenvolvimento da cervicobraquialgia. Uma das possíveis formas de prevenção é manter bons hábitos posturais, ao sentar, ao dormir, durante o trabalho ou praticar esportes e em todos os outros momentos.

Além disso, a realização de atividades físicas e alongamentos podem auxiliar no processo de fortalecimento e funcionalidade da musculatura cervical e membros superiores.

Como são feitos diagnóstico e tratamento?

O diagnóstico é inicialmente clínico. O médico ortopedista responsável pelo caso investiga a sintomatologia apresentada pelo paciente que são compatíveis com a suspeita de cervicobraquialgia.

Dentre os parâmetros a serem investigados estão a persistência e caráter da dor, intensidade, , fatores de melhora e piora, além da duração dos sintomas. Durante o exame físico, o médico pode realizar testes para avaliar sensibilidade, função motora, força muscular e alguns reflexos.

Além disso, algumas manobras podem ser solicitadas para que o paciente realize para estreitamento das hipóteses diagnósticas, que são constantemente utilizadas nos consultórios ortopédicos para identificação das lesões, como tendinite.

A partir da confirmação da hipótese diagnóstica, o médico pode iniciar a busca pela causa da cervicobraquialgia, a fim de identificar o fator desencadeante. Dessa forma, o tratamento pode ser direcionado especificamente para aquele agente causador.

Para suspeitas de compressão mecânica, como em casos de hérnia de disco por exemplo, alguns exames de imagem podem ser solicitados para que a confirmação diagnóstica seja mais assertiva.

A ressonância magnética e tomografia computadorizada de coluna cervical podem ser muito úteis para a confirmação. Exames de raios-X e eletroneuromiografia também podem ser necessários.

Estabelecido o diagnóstico, medidas de tratamento de acordo com o fator causal podem ser implementadas. Inicialmente, o médico pode fazer prescrição de medicações analgésicas, anti-inflamatórias e de estabilizadores de membrana neuronal para alívio da dor.

A partir disso, um plano terapêutico com adaptações ergonômicas, laborais e esportivas associadas a sessões de fisioterapias pode ser iniciado, além da investigação e identificação do fator causal, quando não foi possível identificar no processo de diagnóstico.

Além dessas medidas, procedimentos cirúrgicos, como a microcirurgia, podem ser indicados em alguns casos, como nos quadros hérnia de disco cervical e tumores. A associação de atividades físicas, técnicas de acupuntura e quiropraxia, podem ser de grande ajuda no tratamento.

É de extrema importância que o paciente seja adepto ao tratamento, tanto medicamentoso como fisioterápico, e às adaptações necessárias, visto que a cervicobraquialgia é uma condição que interfere significativamente na qualidade de vida.

Essa condição pode prejudicar relações no trabalho e outras áreas do convívio social, além de diminuir a disposição para outras atividades do dia a dia.

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