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Cervicobraquialgia: diagnóstico e tratamento

Por: Dr. Sonival Azevedo Oliveira

A cervicobraquialgia é um quadro de dor na região do pescoço, dos ombros e dos braços, causada geralmente pela compressão nervosa no nível da coluna vertebral. O início do diagnóstico começa com a suspeita dessa condição devido às queixas que você leva ao médico. No caso da cervicobraquialgia, a dor no braço e na região do pescoço é o principal sintoma.

No entanto, nem sempre quadros dolorosos nessas áreas significam que um paciente tem cervicobraquialgia. Veremos, a seguir, que ela apresenta algumas especificidades importantes. Quer entender melhor? Acompanhe!

Sintomas e suspeita da cervicobraquialgia

Para entender as manifestações, é preciso explicar brevemente como essa condição se desenvolve. Ela é normalmente causada pela compressão dos nervos que inervam a região do braço e do pescoço. Eles se originam da medula, que fica dentro da coluna vertebral. Alguns nervos que saem do pescoço fazem a comunicação dos membros superiores com o cérebro.

Assim, são responsáveis por enviar e receber estímulos relacionados à movimentação e às sensações, como a própria dor. Com a compressão, há uma alteração nos sinais elétricos nervosos, o que pode levar a quadros álgicos intensos.

Portanto, não se trata de uma dor no braço relacionada à inflamação de um músculo ou de uma articulação específica. A dor da cervicobraquialgia pode alcançar todo o braço, ombro e pescoço, dificultando, inclusive, a movimentação da região. Assim, o paciente nota rigidez ou piora dos sintomas com a mobilização forçada do local. Em casos graves, as alterações se estendem desde a nuca até a mão.

Por se tratar geralmente de uma dor compressiva ao nível do pescoço, ela costuma apresentar irradiações por todo o braço. Com isso, você pode sentir uma dor que é mais forte em um foco, como a nuca, mas que provoca “ondas” por toda a extensão do braço.

Além disso, há outros sintomas associados, que aumentam a suspeita de cervicobraquialgia:

  • Sensação de formigamento;
  • Perda da sensibilidade em áreas do braço, do ombro e da nuca;
  • Redução da força muscular;
  • Sensação de choque.

Na cervicobraquialgia, o mais comum é a manifestação unilateral dos sintomas. Em outras palavras, apenas um lado do corpo é afetado. No entanto, em casos mais raros, ocorre a cervicobraquialgia bilateral, um quadro que traz bastante comprometimento da funcionalidade e da qualidade de vida do paciente.

Diagnóstico da cervicobraquialgia

Como explicamos, o diagnóstico se inicia com a avaliação clínica, cuja primeira etapa é a anamnese, uma conversa ampla com o seu médico. Ele vai perguntar para você sobre as características do seu quadro, como:

  • Qualidade da dor (em pontada, em queimação, em choque etc.);
  • Intensidade, frequência e duração dos sintomas;
  • Irradiação (onde a dor começa e para onde ela evolui);
  • Data de início das manifestações;
  • Fatores de melhora ou piora (se há alguma posição específica que você usa para aliviar a dor, por exemplo);
  • Sintomas associados (inchaço das articulações, contrações musculares, náuseas, perda de peso, entre outros).

Além disso, é muito importante compreender seus hábitos de vida, o histórico de saúde da sua família e sua profissão para identificar eventuais fatores de risco.

O exame físico realizado durante a consulta clínica também é imprescindível para uma maior precisão no diagnóstico. Nele, são realizados testes, que buscam avaliar a sensibilidade, a motricidade e os reflexos dos membros afetados. Alguns testes provocativos podem levar à manifestação das alterações durante a consulta.

Diante disso, pode-se caracterizar quadros sindrômicos relacionados à compressão nervosa, que é causada por diferentes condições, tais quais a hérnia de disco e a estenose (estreitamento) do canal cervical por onde passam os nervos do braço. Para o diagnóstico da causa, é necessário realizar exames complementares.

Os exames de imagem são os mais utilizados para as condições originadas na coluna vertebral. Para a cervicobraquialgia, indicam-se a ressonância nuclear magnética e a tomografia computadorizada. Essas duas técnicas são altamente tecnológicas e fornecem imagens de altíssima resolução.

Em alguns casos, os exames de imagem podem ser complementados pela eletroneuromiografia. De forma simplificada, podemos dizer que esse exame mapeia a transmissão dos sinais nervosos na área afetada pelos sintomas.

O tratamento da cervicobraquialgia

O tratamento dependerá dos sintomas e das causas de cada quadro. Em alguns casos, é possível tratar apenas a dor sem buscar nenhuma terapia que atue na origem da cervicobraquialgia. Em situações de maior gravidade, como a presença de hérnia de disco ou de tumores locais, será necessário abordar as causas.

Contudo, o objetivo é sempre o mesmo: recuperar a qualidade de vida e a funcionalidade do paciente. Por isso, toda a intervenção indicada pelo seu médico buscará o máximo de benefícios com o mínimo de risco dentro de cada situação individual.

O tratamento sintomático farmacológico é indicado para a maioria dos casos, que geralmente não são graves. Para isso, podem ser utilizados anti-inflamatórios e relaxantes musculares durante as crises agudas de dor.

Na dor crônica, podem ser necessários medicamentos anticonvulsivantes, antidepressivos tricíclicos, inibidores da recaptação da serotonina e da noradrenalina (ISRSN) e a lidocaína. Em casos refratários, podem ainda ser indicados os opioides.

A fisioterapia pode complementar o tratamento médico, tendo como foco o condicionamento muscular, a flexibilidade e a recuperação da mobilidade da região. Com isso, pode trazer um maior alívio para a dor.

Além disso, as mudanças posturais são fundamentais. Para isso, podem ser indicadas atividades físicas que fortalecem a musculatura da região, como o pilates. O principal objetivo é a melhora da postura, mantendo a sua fisiologia normal. Em alguns casos, mudanças ambientais, como uso de móveis ergonômicos, fazem parte do tratamento.

Quadros de braquialgia mais graves, com dor intensa/refratária ou alguma doença associada, podem demandar o tratamento cirúrgico. O fundamental, contudo, é que você procure um ortopedista tão logo se iniciem os sintomas e inicie o tratamento da forma correta. A automedicação e algumas medidas caseiras podem piorar a sua condição.

Quer saber mais sobre a cervicobraquialgia? Confira este artigo completo sobre o tema

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