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Asma: diagnóstico e tratamento

Por: Dra. Elaine Vidigal

A asma é uma condição que representa um grande problema de saúde pública. O quadro interfere significativamente na qualidade de vida do paciente portador e seus familiares.

Muitas das vezes a asma é acompanhada de outras condições, como rinite e dermatite atópica. Ela é caracterizada por períodos assintomáticos, quando bem controlada, e episódios de crise aguda dos sintomas.

É uma das condições mais comuns na infância, porém adultos também podem desenvolver asma, mesmo que com idades avançadas.

Os sintomas mais comuns da crise aguda de asma incluem tosse seca, sibilos e falta de ar. As crises podem ser desencadeadas por fatores alérgicos na maioria das vezes, porém a asma possui outros fatores desencadeantes.

A alergia se caracteriza como uma resposta anormal e exacerbada ao fator alergênico. O sistema de defesa do indivíduo encara o agente como possível agressor. Na asma, esse mecanismo pode ser grande facilitador para despertar as crises agudas.

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O que pode desencadear a asma?

A causa da asma é desconhecida, mas sabe-se que ela ocorre a partir da interação de fatores genéticos e fatores ambientais. Existem diversos genes conhecidos que aumentam a suscetibilidade de o indivíduo desenvolver asma.

Por isso, o histórico familiar positivo para asma, pode ser um fator de risco para o desenvolvimento do quadro.

Sabe-se que essa condição se caracteriza pela resposta exacerbada das vias aéreas inferiores. Por isso, a exposição a determinados fatores alergênicos também pode desencadear as crises de asma.

Dentre as substâncias capazes de despertar quadros de asma estão:

  • Ácaros;
  • Fungos;
  • Pelos de animais;
  • Poeira.

Apesar disso, as crises agudas de asma podem ser despertadas por outros processos, como:

  • Processos infecciosos, como resfriados, bronquites e, menos comumente, pneumonia;
  • Exercício (asma induzida pelo exercício);
  • Estresse e ansiedade;
  • Poluição ambiental;
  • Substâncias irritantes, como fumaça de tabaco, perfumes, ar frio e outros.

Por meio de mecanismos fisiopatológicos diferentes, esses fatores podem atuar desencadeando os sintomas asmáticos.

O que é a asma e quais são os sintomas?

A asma, então, é uma doença inflamatória crônica, caracterizada pela resposta exacerbada das vias aéreas inferiores. Essas vias compreendem órgãos localizados no interior da cavidade torácica, o que inclui traqueia, brônquios, bronquíolos e alvéolos.

As células do sistema de defesa, como os mastócitos, por exemplo, liberam histamina e leucotrienos, quando entram em contato com substâncias alergênicas.

Essas substâncias atuam diretamente no processo de contração da musculatura lisa, aumento da secreção na mucosa e sinalização para que outras células do sistema imunológico se dirijam para as vias respiratórias.

Essa resposta exacerbada provoca o estreitamento das vias aéreas e é causada pela sensibilidade anormal dos receptores do trato.

Isso faz com que os músculos das vias respiratórias se contraiam mais do que o normal, provocando o estreitamento do lúmen dos brônquios, conhecido como broncoconstrição, o que dificulta a passagem do ar.

Os sintomas da crise de asma podem variar em frequência e gravidade. Algumas pessoas podem permanecer por longos períodos assintomáticos e apresentar apenas episódios breves ou leves de falta de ar.

Já outras podem apresentar tosse ou chiado torácico a maior parte do tempo e sofrer de crises graves após a exposição aos fatores desencadeantes.

Durante as crises agudas de asma, também chamadas de exacerbação, o indivíduo pode apresentar:

  • Tosse seca, principalmente durante a noite ou ao acordar;
  • Dispneia (falta de ar);
  • Chiado no peito;
  • Aperto no peito.

Como é feito o diagnóstico da asma?

O primeiro passo para o diagnóstico da asma passa pela investigação da história clínica apresentada pelo paciente. A recorrência dos sintomas, histórico de crises e queixas características podem sugerir que se trate de um quadro de asma.

A partir disso, o médico pode solicitar exames, como o teste de função pulmonar, que auxiliam na confirmação do diagnóstico.

Esse exame também é conhecido como espirometria, e por meio dele, o médico consegue detectar a redução do volume durante a inspiração ou expiração, além de alterações na velocidade do fluxo do ar inalado.

Além disso, o paciente pode também ser submetido ao teste de broncoprovocação. A função pulmonar é medida antes e depois de a pessoa inalar uma substância química que pode estreitar as vias aéreas.

A substância química é administrada em doses baixas para não interferir na dinâmica respiratória de um paciente com pulmões saudáveis, mas que causam o estreitamento em um paciente com asma.

Esses testes devem ser realizados em ambientes especializados para que a realização seja potencialmente segura.

Caso seja confirmado o diagnóstico de asma, médicos das especialidades de Pneumologia e Alergologia devem trabalhar juntos para estabelecer um tratamento eficaz.

Isso porque, para evitar crises repetidas de asma, a substância ou fator desencadeante deve ser identificado e afastado do indivíduo.

Vale lembrar que esses testes não são realizados em crianças, visto que requer boa interação do paciente para realização do exame. Nesses casos, o diagnóstico é clínico.

E o tratamento?

O tratamento da asma pode variar entre os indivíduos, visto que a doença pode se manifestar de maneira distinta. Os médicos podem dividir o tratamento em dois grupos:

  • Tratamento de resgate: para ser utilizado nos momentos de crise asmática;
  • Tratamento de manutenção: é utilizado para manter a asma sob controle e prevenir a ocorrência de crises.

Os pacientes que mantêm a asma controlada, com sintomas leves, podem fazer uso de medicação para resgate. Nesse caso, são utilizadas as famosas bombinhas ou nebulizadores com broncodilatadores.

Esses medicamentos visam dilatar a estrutura brônquica para permitir a passagem adequada para o fluxo aéreo.

Já para pacientes que possuem asma não controlada, é indicado realizar o tratamento tanto com medicações de resgate quanto de manutenção. Isso porque, mesmo que a asma seja mantida sob controle, em alguns casos pode haver crises.

Os medicamentos indicados para esses pacientes são bombinhas à base de corticoide. Essa medicação atua diretamente no processo de hiper-responsividade brônquica.

Vale ressaltar que as dosagens e o tipo de terapia indicadas podem variar de acordo com a gravidade da asma, bem como com a idade do paciente.

Além disso, existem métodos corretos que são informados no consultório para administração da medicação para que o tratamento seja efetivo.

Durante o tratamento, é importante que os mecanismos desencadeadores da asma sejam afastados do paciente. Por isso, o acompanhamento com um alergologista é indicado para que seja estudado o controle de ambiente a fim de evitar novas crises de asma.

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