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Anticoncepcional e infertilidade: veja se há riscos

Por: Dra. Fabrícia Leal Zaganelli

Há muitos mitos sobre pílulas anticoncepcionais. Algumas pessoas acreditam que a pílula as fará ganhar peso, que as tornará mal-humoradas ou que as levará a abortar. Há também quem relacione a contracepção hormonal com a infertilidade permanente da mulher. Entretanto, nenhuma dessas afirmações é verdadeira.

As pílulas anticoncepcionais são uma forma segura e eficaz de evitar a gravidez. Elas não causam infertilidade, aumento de peso, mudanças de humor ou abortos. Na verdade, a pílula pode realmente ajudar a regular seu ciclo menstrual e reduzir seu risco de certas condições de saúde.

Se você estiver considerando tomar a pílula, fale com seu médico para saber mais sobre seus benefícios e riscos, especialmente em relação à infertilidade.

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A pílula anticoncepcional pode causar infertilidade?

A pílula contraceptiva é um método altamente eficaz de contracepção, com uma taxa de falha de cerca de 0,3% quando usada corretamente. Não há evidências que sugiram que a pílula cause infertilidade e, de fato, ela pode realmente ajudar a proteger contra algumas condições que podem levar a problemas de fertilidade. Entre os benefícios não contraceptivos das pílulas anticoncepcionais, estão:

  • Redução da doença inflamatória pélvica (DIP);
  • Redução da frequência de cistos funcionais de ovário;
  • Redução da incidência do adenocarcinoma de ovário;
  • Redução da frequência do adenocarcinoma de endométrio;
  • Redução da doença benigna da mama;
  • Redução da dismenorreia e dos ciclos hipermenorrágicos;
  • Redução da anemia.

Pílulas anticoncepcionais: infertilidade temporária e permanente

Entretanto, ela pode reduzir temporariamente a fertilidade de uma mulher, afetando a forma como os ovários liberam os óvulos. No entanto, esse é justamente o efeito desejado do medicamento. Na maioria dos casos, a fertilidade de uma mulher voltará ao normal após ela parar de tomar a pílula.

Há algum tempo, alguns estudos sugeriram que pílulas contraceptivas podem causar infertilidade, enquanto outros estudos afirmam que não há ligação entre as duas. Entretanto, vale a pena notar que a maioria das pesquisas sobre esse tópico é baseada em estudos com animais, portanto os resultados podem não ser aplicáveis a seres humanos.

Nos seres humanos, as pílulas vêm sendo usadas há mais de um século. Até hoje, nenhum órgão de vigilância de medicamentos nem estudo científica amplo apontou qualquer evidência de redução da fertilidade com o uso de pílulas. Portanto, de forma geral, considera-se que é um mito a associação dos contraceptivos hormonais com a infertilidade permanente.

Como a pílula anticoncepcional funciona?

A pílula contraceptiva é um medicamento que as mulheres podem tomar para evitar a gravidez. Existem dois tipos de pílulas contraceptivas: a pílula combinada e a minipílula (somente de progestagênio).

A pílula combinada contém dois hormônios, o estrogênio e o progestogênio. Esses hormônios trabalham em conjunto para evitar a gravidez de três maneiras:

  • engrossam o muco do colo uterino, o que dificulta a viagem do esperma através do colo uterino até o útero;
  • afinam o revestimento do útero, tornando menos provável que um óvulo fertilizado seja implantado no útero;
  • impedem a ovulação (a liberação de um óvulo do ovário), o que significa que não há óvulo para os espermatozoides fertilizarem.

A minipílula também contém o hormônio progestogênio, cujas ações principais são engrossar o muco do colo uterino. Em alguns casos, a minipílula também pode afinar o endométrio (o revestimento do útero), tornando menos provável que um óvulo fertilizado seja implantado.

Como é feita a investigação da fertilidade?

Se você está tendo dificuldade para engravidar após usar a pílula anticoncepcional por mais tempo, é importante investigar condições ginecológicas relacionadas à infertilidade, as quais não são causadas pelas pílulas.

A avaliação da fertilidade é feita por um médico ou especialista em fertilidade. Eles farão um exame físico e solicitarão exames de sangue. Eles também podem solicitar um ultrassom do trato genital feminino.

Avaliação clínica da fertilidade

A avaliação da fertilidade é feita considerando uma variedade de fatores, incluindo a idade da mulher, seu histórico médico, seu estilo de vida e sua saúde atual. A avaliação também pode incluir um gráfico de fertilidade. Este gráfico é usado para acompanhar o progresso do ciclo de ovulação, que também pode para determinar quando é o melhor momento para ter relações sexuais em alguns casos.

Exames de sangue

A avaliação da fertilidade é feita medindo o nível de um hormônio chamado FSH no sangue. FSH significa hormônio estimulante do folículo e é um dos hormônios que regula o ciclo menstrual. O nível de FSH no sangue é um bom indicador da saúde dos ovários. De forma geral, um alto nível de FSH indica que os ovários não estão funcionando corretamente.

Ultrassonografias transvaginal e pélvica

O ultrassom é uma forma segura e eficaz de avaliar a fertilidade. Ele pode ajudar a determinar se há algum problema com os ovários, as tubas uterinas ou o útero. Ele também pode ajudar a determinar se há cistos, pólipos, lesões de endometriose ou miomas presentes, os quais podem estar causando a redução da fertilidade.

Além disso, um dos principais métodos de avaliação da reserva ovariana (quantidade de folículos viáveis para ovulação) é a contagem de folículos antrais pela ultrassonografia transvaginal.

O método pode ser usado para medir o tamanho dos folículos, que são os sacos que contêm os ovos. O número e o tamanho dos folículos podem dar pistas sobre suas chances de engravidar. Por fim, o ultrassom também pode ser usado para verificar o revestimento do útero, que precisa ser espesso o suficiente para ser implantado. Nesse sentido, há estudos que mostram que o ultrassom pode ser capaz de prever o sucesso da fertilização in vitro, a FIV.

Portanto, a verdade é que as pílulas anticoncepcionais são um método muito seguro de contracepção. Elas podem ser usadas por mulheres de todas as idades e, quando indicadas corretamente, geralmente não têm nenhum efeito colateral grave, como a infertilidade. A pílula é mais de 99% eficaz na prevenção da gravidez, e pode ser usada para tratar uma variedade de condições, incluindo acne em mulheres com SOP e a endometriose.

Quer saber mais sobre a reprodução assistida e fertilização in vitro? Confira nosso artigo sobre o tema!

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