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Estimulação ovariana: o que é e quais as indicações?

Por: Dra. Fabrícia Leal Zaganelli

A estimulação ovariana consiste em um procedimento que tem como intuito aumentar as possibilidades reprodutivas da mulher. Pode ser indicado para mulheres inférteis ou que serão submetidas à algum dos métodos de reprodução assistida.

Uma gravidez natural depende de vários fatores como ovulação, fertilidade, viabilidade dos óvulos, implantação, além de outros. Portanto, falhas em qualquer uma dessas etapas prejudica a possibilidade de uma fecundação e gestação conclusiva.

As mulheres já nascem com uma grande quantidade de óvulos viáveis para a fecundação. Porém, a cada ciclo, apenas um óvulo é estimulado e maturado o suficiente para ser liberado, e, possivelmente, fecundado.

Existe ainda a possibilidade de nenhum óvulo ser liberado em alguns ciclos, o que denominamos como infertilidade, processo que pode se manifestar a partir de diversas causas.

Apesar disso, existem métodos diagnósticos e possibilidades terapêuticas para auxiliar no tratamento, como a estimulação ovariana.

Essa terapia, tem como objetivo, então, aumentar o número de óvulos estimulados e maturados durante o ciclo menstrual e processo de ovulação. Dessa forma, aumentam-se as chances de se promover a fecundação.

Durante o ciclo menstrual, o corpo da mulher secreta 4 hormônios principais em repetição cíclica: progesterona e estrogênio, liberados principalmente nos ovários e hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículo-estimulante (FSH), liberados pela hipófise.

Esses hormônios liberados atuam na preparação do útero e outros órgãos do corpo para uma possível gestação. Em média, cada ciclo dura 28 dias, podendo variar entre 21 e 35 dias.

Além disso, estimulam os folículos (estruturas que envolvem os óvulos) a se romperem e liberarem os óvulos para as trompas uterinas, onde geralmente o processo de fecundação acontece.

Os folículos não-maturados e insuficientemente estimulados permanecem íntegros, armazenando os óvulos.

A estimulação ovariana, então, busca oferecer maiores possibilidades reprodutivas da paciente a partir do aumento da liberação de óvulos e proporcionando maiores chances de fecundação.

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O que é estimulação ovariana?

A estimulação ovariana consiste na administração de medicações capazes de estimular e induzir o processo ovulatório. Para ser realizado, deve ser uma análise minuciosa sobre idade da paciente, causa da infertilidade, avaliação do potencial reprodutivo, e outros.

A partir disso, médico e paciente discutem acerca das modalidades terapêuticas disponíveis e melhores alternativas para cada quadro.

Essa terapia de visa estimular e maturar um maior número de folículos, para que os óvulos que seriam perdidos sejam aproveitados. Dessa forma, aumentam-se as chances de fecundação e gravidez.

A estimulação dos ovários se dá pela administração, oral ou injetável, de hormônios sintéticos semelhantes aos hormônios que são produzidos naturalmente pelo nosso corpo. Contudo, se é introduzida em uma dosagem maior do que a habitual.

Os principais hormônios utilizados são o folículo-estimulante (FSH), luteinizante (LH) e a gonadotrofina coriônica humana (hCG). Esses hormônios preveem a estimulação e amadurecimento dos folículos ovarianos para que liberem os óvulos nas trompas.

Existem também hormônios que podem ser utilizados para inibir ou induzir a ovulação. Dessa forma, o útero da paciente pode passar por uma preparação mais adequada e ser acompanhada pelo médico profissional, para que possa estudar o melhor momento para indicar algum dos métodos de reprodução assistida, se necessário.

Dentre os métodos de reprodução assistida em que pode ser utilizado, existem:

  • Relação sexual programada (RSP);
  • Inseminação intrauterina (IIU);
  • Fertilização in vitro (FIV).

Esses métodos, junto à estimulação ovariana promoverão um maior número de óvulos maduros disponíveis durante o processo ovulatório e aumentarão as chances de gravidez para a paciente.

E quais são as técnicas de estimulação ovariana?

As técnicas de estimulação ovariana são divididas nas de baixa complexidade, ou seja, que exigem menor esforço e com isso menos administração hormonal e as de alta complexidade, que exigem maior mobilização.

Existem protocolos que regulam a quantidade de folículos necessários e quantidade hormonal permitida para garantir a ovulação de acordo com o grau de complexidade da técnica.

Técnica de baixa complexidade

As técnicas de baixa complexidade são a relação sexual programada (RSP) e a inseminação intrauterina (IIU). Nessas técnicas os folículos são estimulados e permanecem na trompa uterina aguardando a fecundação.

Dessa forma, não é possível calcular quantos óvulos podem ser fecundados e por isso, a estimulação ovariana é mais baixa quando comparada com as técnicas de alta complexidade, e apenas 1 a 3 folículos são necessários. O risco de gemelaridade (gestação de gêmeos) nesses casos existe.

Técnicas de alta complexidade

Na fertilização in vitro, a fecundação ocorre fora do útero, ou seja, os gametas masculino (espermatozoides) e feminino (óvulos) são associados em laboratório e portanto são necessários uma maior quantidade de folículos.

Então, nesse método, a estimulação ovariana é maior quando comparada com as técnicas de baixa complexidade. Nesse processo, é possível que a mulher ovule várias vezes e sejam realizadas a fecundação de todos. Após isso, podem ser transferidos de acordo com a regulação do Conselho Federal de Medicina (CFM):

  • Mulheres de até 37 anos: podem transferir até 2 embriões;
  • Mulheres de acima de 37 anos: podem transferir até 3 embriões.

Além disso, os óvulos viáveis fecundados podem ser congelados (criopreservação) para que sejam utilizados em outras oportunidades, mas não excedendo oito embriões, de acordo com o CFM.

Então, a estimulação ovariana tem se demonstrado como um grande avanço da ciência e tecnologia para viabilizar as técnicas de reprodução assistida, proporcionando maiores possibilidades de gestações para pacientes.

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