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Lombociatalgia: diagnóstico e tratamento

Por: Zaganelli Oliveira

A lombalgia é uma condição que consiste em dor na região lombar, é frequentemente incapacitante e queixa muito comum nos consultórios médicos. Estima-se que cerca de 50% da população brasileira apresenta ou já apresentou episódios de dor lombar.

A lombociatalgia é uma das diferentes formas de lombalgia, mas a dor neste caso, se irradia para região de nádegas e membros inferiores, acompanhando o trajeto do nervo isquiático (ou ciático). Outra forma de dor que se irradia são os quadros de cervicobraquialgia.

A região lombar da coluna vertebral é composta por várias vértebras (os ossos componentes da coluna) que conectam o tórax, a cintura e as pernas.

Ela se localiza entre as regiões torácica e sacrococcígea, é a região que sustenta maior parte da carga do corpo humano e está relacionada à postura do indivíduo.

A lombociatalgia é, então, a dor lombar que acompanha o trajeto de inervação do nervo isquiático. Esse nervo é composto por raízes nervosas provenientes dos segmentos L4, L5, S1, S2 e S3.

Ao nível da região posterior dos joelhos, o nervo isquiático se divide em nervos tibial e fibular comum. Na maioria dos quadros, a dor é causada pela compressão das raízes nervosas do nervo ciático.

Normalmente, quadros de hérnias de disco, estenose de canal vertebral, irregularidades ósseas, como osteófitos na osteoartrose, e outras, podem promover a compressão nervosa e cursar com quadro de lombociatalgia.

Outras causas para a dor lombar podem ser de origem infecciosa, neoplásica (cânceres), degenerativa e traumática.

A lombociatalgia é mais intensa do que lombalgias comuns de origem inespecífica. Devido a isso, o impacto na vida do paciente com essa queixa pode interferir diretamente na saúde física, mental, emocional e até mesmo na capacidade funcional do paciente.

Por isso, é importante se atentar aos sinais e sintomas para que as dores e queixas relatadas pelos pacientes não sejam negligenciadas, para que dessa forma, toda pessoa possua boa qualidade de vida.

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Quais são os sintomas?

O principal sintoma relacionado ao quadro de lombociatalgia é a dor em região lombar, que se irradia para a região de nádegas e pernas. Pode ser relatada como dor em queimação, perfurante ou em pontadas.

Além disso, o indivíduo pode queixar-se de formigamento e dormência na região lombar, nádegas e membros inferiores e até no períneo (vulva e testículos), que acompanham a extensão de manifestação da dor. Pode haver também a redução de reflexos e quadro de fraqueza motora.

Isso pode ocorrer devido à quadros em que a dor se torna incapacitante para o indivíduo, visto que em determinados quadros, os pacientes relatam sentir dor, principalmente quando há associação com movimentos.

Outros sintomas que podem surgir nos quadros de lombociatalgia, estão:

  • Febre local;
  • Limitação de movimento;
  • Alteração de sensibilidade;
  • Rigidez matinal;
  • Tensão muscular.

Disfunções urinárias e intestinais podem estar presentes em alguns quadros, como a Síndrome da Cauda Equina. Embora sejam mais raros, requerem intervenção rápida.

Vale ressaltar que a intensidade dos sintomas pode variar de acordo com a gravidade do quadro e se há ou não comorbidades associadas. O paciente pode chegar a apresentar, nos casos graves, lombociatalgia até mesmo em repouso.

É importante a localização dos sintomas e distinção das apresentações clínicas da lombociatalgia, pois isso auxilia o médico avaliador na identificação das raízes nervosas acometidas.

Quais exames podem ser solicitados?

Diante de quadros de lombociatalgia, alguns exames podem ser necessários para confirmação da causa e especificação do tratamento.

Em geral, exames de imagem, como radiografias, tomografias computadorizadas (TC) e ressonâncias magnéticas (RM), são solicitadas pois permitem, em muitos dos quadros, identificar a causa da compressão da raiz nervosa. A eletroneuromiografia dos membros inferiores (ENMG) também pode ser indicada para diferenciar quadros de compressão de nervos fora da coluna.

Já casos de suspeita de compressão das raízes nervosas de causa infecciosa ou tumoral, exames laboratoriais, como hemograma, eletrólitos e marcadores neoplásicos podem ser solicitados. Esses exames auxiliam no raciocínio diagnóstico e estreitam as hipóteses.

Como é feito o diagnóstico?

Para auxiliar no raciocínio diagnóstico e confirmação das suspeitas clínicas de que se trata de um quadro de lombociatalgia, é necessário que o médico avaliador realize uma boa investigação da história clínica.

Dentre os questionamentos durante a anamnese, é importante identificar os sintomas e sinais clínicos, além da duração, fatores de melhora ou piora, intensidade, se ela ocorre em repouso ou mediante a esforço físico, tipo de dor e vários outros.

A partir disso, algumas manobras podem ser realizadas durante o exame físico para estreitar o raciocínio clínico. A identificação da região dolorosa, bem como a irradiação também são importantes durante a consulta.

Dentre os testes que podem ser aplicados estão:

  • Flexão e extensão da coluna lombar;
  • Manobra de Valsalva, de Lasègue e de Romberg;
  • Teste de elevação da perna estendida;
  • Sinal das pontas e alguns outros.

Além disso, os exames citados acima, podem ser solicitados após a identificação de causas suspeitas que necessitam da confirmação a partir da visualização das estruturas ósseas, nervosas e outras adjacentes.

Como é feito o tratamento?

O principal objetivo do tratamento da lombociatalgia é melhorar a qualidade de vida do paciente. Isso porque, como foi dito, pacientes com quadros de dor crônica podem sofrer impactos em diversos parâmetros de suas vidas.

Apesar disso, a definição do tratamento deve ser feita de maneira individualizada e depende da avaliação clínica e identificação da etiologia da lombociatalgia. A indicação de intervenções cirúrgica, fisioterápica, farmacológica e técnicas de fortalecimento devem ser minuciosamente estudadas.

O alívio da dor é o principal objetivo e são opções de tratamento farmacológico, algumas classes de medicações como:

  • Analgésicos e anti-inflamatórios em primeiro momento;
  • Antidepressivos tricíclicos;
  • Anticonvulsivantes;
  • Inibidores seletivos da recaptação de serotonina e noradrenalina (ISRSN);
  • Lidocaína;
  • Opioides.

Em alguns casos, os procedimentos cirúrgicos podem ser definidos como melhor opção de tratamento, mas normalmente ficam em segundo plano.

Isso porque, muitas vezes as medidas conservadoras (medicação, fisioterapia, repouso) são suficientes.

A intervenção cirúrgica é indicada quando o paciente apresenta grandes limitações devido à lombociatalgia, quando não há respostas satisfatórias ao tratamento farmacológico, ou que apresentem evidências nos exames de imagem que indiquem a realização do procedimento.

É importante realizar o acompanhamento com um médico para identificação das causas e tratamento da lombociatalgia. Isso porque, o prejuízo para o paciente com dores crônicas pode ser de grande impacto e deve ser levado em consideração.

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