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O que é lombociatalgia e quais são os sintomas?

Por: Dr. Sonival Azevedo Oliveira

A lombalgia é definida como dor ou desconforto na região lombar que, quando irradiada para uma ou para as duas nádegas, coxas e pernas, é denominada como lombociatalgia.

Essa é uma das principais queixas incapacitantes de trabalho e, frequentemente, relatadas em consultórios médicos.

A coluna vertebral é dividida em cinco segmentos, sendo um deles o lombar. Esse segmento é composto por 5 vértebras (L1 a L5), antecedido pela coluna torácica e sucedido pela sacral.

A coluna lombar é a porção que sustenta a maior carga do corpo e está relacionada à questão postural.

Dores na região lombar, geralmente, se iniciam na área lombossacral. Essas dores podem ser de origem primária ou secundária e variar entre:

  • Localizada: quando se manifesta no próprio local do estímulo;
  • Irradiada: quando se manifesta ao longo de um trajeto do nervo, no qual está ocorrendo o estímulo;
  • Referida: quando se manifesta distante do região onde está ocorrendo o estímulo.

Quando a lombalgia se irradia em direção às nádegas ou membros inferiores, passa a ser denominada lombociatalgia. Isso porque o estímulo doloroso expande e se direciona a essas regiões, acompanhando o trajeto do nervo ciático.

Esse nervo é o maior do corpo humano e é composto pelas raízes nervosas de L4, L5, S1, S2 e S3 dos plexos lombar e sacral da medula espinhal.

Ele fica situado entre a porção final da coluna, passando pela parte posterior da coxa e terminando no joelho, onde se subdivide em outros dois nervos, tibial e fibular comum.

Dentre as causas mais comuns de dores lombares existem as causas

  • Mecânicas;
  • Traumáticas;
  • Inflamatórias;
  • Infecciosas;
  • Degenerativas;
  • Neoplásicas (cânceres).

A lombalgia então, ocorre na porção inferior da coluna e pode ser relatada como uma dor nas costas. Pode se apresentar como dor de caráter intermitente, com longos períodos de duração, podendo intercalar entre alívio e recidiva.

Apesar disso, atualmente existem formas eficazes de abordar, diagnosticar e tratar a lombalgia e lombociatalgia. Ficou interessado? Acompanhe o nosso post para saber mais!

Lombociatalgia: o que é?

A lombociatalgia, então, é nada menos que a dor lombar (lombalgia), que irradia para membros inferiores e região glútea, seguindo o trajeto do nervo ciático.

Em geral, dores que irradiam se dão pelo acometimento nervoso pois provocam a propagação para outras regiões do corpo a partir da ramificação do nervo.

Outro exemplo de dor que irradia acompanhando o trajeto nervoso é a cervicobraquialgia, que se manifesta na coluna cervical e irradia para os ombros, braços e mãos.

As causas mais comuns que provocam lombociatalgias são:

  • Hérnias de disco;
  • Espondilose;
  • Estenose do canal vertebral;
  • Síndrome do piriforme;
  • Síndrome pós-laminectomia (cirurgia para remoção de arcos vertebrais).

Já alguns dos fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento de lombalgias em geral podem ser citados:

  • Idade maior do que 50 anos;
  • Obesidade;
  • Sexo feminino;
  • Postura inadequada;
  • Sedentarismo;
  • Prática incorreta de exercícios físicos;
  • Atividade repetitiva.

Esses fatores atuam predispondo o indivíduo ao desenvolvimento de alguma forma de acometimento lombar seja por estresse mecânico, sustentação, imobilidade ou outros.

Quais são os sintomas da lombociatalgia?

Os sintomas da lombociatalgia podem variar em grau de intensidade, períodos de aparecimento, recorrência e condições associadas.

Elas podem ser de caráter persistente, em episódios esporádicos ou recorrente. Além disso, podem surgir de maneira aguda (menor do que três semanas) ou permanecer por longos períodos de forma crônica (maior do que três meses).

A queixa mais comum é a dor na coluna inferior em queimação ou pontadas, que se espalha para uma ou as duas nádegas e pernas. Alguns sintomas que podem estar associados são:

  • Dormência ou formigamento da região lombar, glútea e membros inferiores;
  • Aumento de temperatura local;
  • Limitação de movimento;
  • Alteração de sensibilidade;
  • Rigidez matinal;
  • Tensão muscular.

Há relatos de pacientes que sentem a dor com maior intensidade durante alterações climáticas, com maior intensidade em tempos frios ou ao espirrar e tossir.

E como são feitos diagnóstico e tratamento?

A lombociatalgia, assim como outras dores, requer para seu diagnóstico uma boa avaliação clínica. Parte-se do princípio da análise da história clínica durante a anamnese, exame físico e solicitação de exames complementares.

Na investigação, o médico questionará sobre início da dor, tempo de evolução, grau de intensidade, fatores de alívio ou piora, irradiação, características da dor ou sintomas associados.

Partindo para o exame físico podem ser realizados métodos palpatórios para análise da extensão da dor e manobras que podem ajudar a estreitar as hipóteses diagnósticas a partir da preservação ou limitação de amplitude de movimento do paciente.

Dentre as manobras que podem ser realizadas temos:

  • Flexão e extensão da coluna lombar;
  • Manobra de Lasegue;
  • Manobra de Romberg;
  • Manobra de Valsalva.

Além disso, exames de imagem podem ser solicitados como radiografia de coluna vertebral, tomografia computadorizada (TC) e ressonância nuclear magnética.

Esses exames são recomendados na suspeita de quadros infecciosos, traumáticos, degenerativos, neoplásicos e outros. Isso porque auxiliam na exclusão de diagnósticos diferenciais e atuam como indicadores das hipóteses.

Já o tratamento visa reabilitar o paciente, melhorando sua qualidade de vida. Ele depende da investigação diagnóstica e estabelecimento, junto ao paciente, das melhores opções terapêuticas.

A iniciativa por meio de fármacos é uma alternativa de primeira escolha. Os grupos farmacológicos que podem ser utilizados são:

  • Anticonvulsivantes;
  • Antidepressivos tricíclicos;
  • Inibidores seletivos da recaptação de serotonina e noradrenalina;
  • Lidocaína;
  • Opioides;
  • Anti-inflamatórios.

Também estão indicados, na maioria dos casos, protocolos de reabilitação fisioterápica analgésica, fortalecimento muscular e R.P.G.; quiropraxia e acupuntura também fazem parte do arsenal terapêutico, tendo bons resultados em muitos pacientes.

A orientação para a modificação de atividades laborais, domiciliares ou mesmo de recreação também é muito importante na adaptação do paciente ao problema e prevenção de novas crises e pode precisar da colaboração entre o médico-assistente, o fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional e o técnico de segurança do trabalho, por exemplo.

A intervenção cirúrgica fica em segundo plano, indicada para pacientes que possuem dores muito incapacitantes não aliviadas pelo tratamento farmacológico, perdas funcionais importantes (incapacidade de exercer funções básicas do dia a dia que não melhora com tratamento clínico citado) e, frequentemente, quando associam-se sintomas sugestivos de síndrome da Cauda Equina (redução importante do controle dos esfíncteres urinário e fecal associados aos demais sintomas relacionados acima) com sua relação causal confirmada pelos exames de imagem.

Apesar de existirem todas essas possibilidades, é indicado realizar o acompanhamento com um profissional médico especializado quando se há suspeita de lombociatalgias. Isso possibilita as intervenções precoces e um melhor prognóstico para o paciente.

Gostou do nosso post? Para saber mais acesse o nosso artigo institucional!

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