A doença de Alzheimer é uma das doenças que trazem maior receio nas pessoas, especialmente à medida que envelhecem. Por isso, é muito importante estar atento a seus sinais e sintomas, pois um diagnóstico precoce pode melhorar o prognóstico funcional do paciente.
Portanto, é muito importante entender o que é a doença, como ela surge, os fatores de risco, suas principais manifestações e como identificá-la rapidamente. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe!
O que é a doença de Alzheimer?
A doença de Alzheimer é um transtorno neurocognitivo, isto é, em que há um declínio progressivo e crônico das funções cerebrais mais elevadas, como:
- Atenção complexa;
- Funções executivas;
- Aprendizagem;
- Memória;
- Linguagem;
- Perceptomotricidade;
- Cognição social.
No caso da DA, em comparação aos outros tipos de transtornos cognitivos, há um comprometimento mais importante da memória e da aprendizagem.
Características clínicas da doença de Alzheimer
Transtorno neurocognitivo leve — as alterações ainda são mais sutis e não há uma perda significativa da funcionalidade, mas apenas uma dificuldade em menor grau. Por esse motivo, pode demorar a ser identificada pelo idoso e pela família. Para ser considerada leve, é preciso que haja:
- Preservação da independência; e
- “Preocupação do indivíduo, de um informante com conhecimento ou do clínico de que ocorreu declínio na função cognitiva; ou
- Prejuízo pequeno no desempenho cognitivo, de preferência documentado por teste neuropsicológico padronizado ou, em sua falta, outra avaliação quantificada”.
Por esse motivo, a avaliação geriátrica ampla é muito importante para o idoso e deve ser feita precocemente. Assim, ele poderá ter um registro de seus níveis cognitivos iniciais, que poderão ser comparados com resultados de reavaliações futuras. Isso permite o diagnóstico do transtorno neurocognitivo em fases iniciais, o que melhora o prognóstico funcional em muitos casos.
Transtorno neurocognitivo maior – conhecido anteriormente como demência – ocorre quando há:
- Os déficits cognitivos comprometem a independência em atividades cotidianas, levando a uma maior necessidade de assistência de terceiros; e
- O paciente, o médico ou um informante (que devem acompanhar o indivíduo há mais tempo) relatam uma preocupação com uma queda significativa na função cognitiva; ou
- Eles também podem notar um prejuízo substancial no desempenho cognitivo. Preferencialmente, isso deve estar documentado por avaliações que permita a quantificação das funções cognitivas.
No acompanhamento geriátrico, o paciente passa por avaliações neuropsicológicas que medem tanto os domínios cognitivos quanto a funcionalidade, o humor e outros parâmetros. Isso melhora as chances de a demência ser identificada e reduz o tempo entre o início das queixas e o diagnóstico (provável ou confirmado).
Causas da doença de Alzheimer
As causas e os mecanismos da doença de Alzheimer ainda não foram completamente elucidados. Portanto, ainda há muita dúvida sobre quais são os fatores biológicos determinantes para o surgimento e a manutenção da doença.
Em todas as formas da DA, porém, parece haver uma disfunção que causa o acúmulo dos peptídeos beta-amiloides no córtex cerebral. Isso pode estar tanto associado a um excesso da produção da substância quanto a uma dificuldade de eliminá-la do cérebro.
As evidências também apontam para o papel importante de outra proteína nos mecanismos da doença, a tau. Por alterações em sua estrutura, a proteína tau passa a ter uma tendência a se acumular dentro dos neurônios e ter um comportamento tóxico a essas células.
Além disso, outros fatores vêm sendo propostos, como algumas mutações nos genes que codificam uma proteína chamada Apolipoproteína E (APOE). Elas podem comprometer a capacidade de eliminação das proteínas beta-amiloides dos neurônios e predispor à DA.
Alguns estudos sugerem que a identificação dessas mutações pode ser utilizada para o rastreio da doença de Alzheimer, mas ainda é preciso ter mais evidências para embasar essa prática.
Os fatores ambientais, como a ausência de suporte familiar e doenças crônicas, possivelmente estão relacionados a uma maior exposição dos neurônios ao estresse metabólico. Assim, pode haver uma maior produção das proteínas envolvidas na doença.
Idade de início da doença de Alzheimer
A idade é o principal fator de risco, sendo que a DA é geralmente considerada uma condição geriátrica. A partir dos 60 anos, a incidência da doença (número de novos casos) cresce progressivamente:
- 5 em cada 1000 indivíduos entre 65 e 70 anos;
- 6,4 a 32 em cada 1000 indivíduos entre 70 e 79;
- 60 a 80 em cada 1000 indivíduos com mais de 85 anos.
Quando identificada em pessoas antes de 65 anos, dizemos que a DA é precoce. Nesses casos, geralmente ela apresenta um componente genético mais forte, podendo haver história de outras pessoas afetadas na mesma família. A doença de Alzheimer precoce é rara antes dos 65 anos (aproximadamente 4,2 casos a cada 100.000) e é raríssima em pessoas na terceira década de vida.
Os sintomas da doença de Alzheimer
A memória e o aprendizado são as principais funções cognitivas afetadas pela doença de Alzheimer. Portanto, é preciso que haja evidência de declínio em ambas e em mais um outro domínio. Elas podem ser percebidas pelas seguintes atitudes:
- Esquecer-se com mais frequência de onde guarda os objetos;
- Ter maior dificuldade em se lembrar do caminho para a casa;
- Apresentar conversas repetitivas;
- Esquecer panelas no fogo;
- Dificuldade de aprender uma nova receita ou uma nova atividade.
É importante ressaltar que deve se ter sempre em conta um parâmetro anterior. Por exemplo, se o indivíduo sempre foi repetitivo e essa característica se mantém na intensidade, não pode ser considerada um sintoma atual.
Como o diagnóstico é clínico, com base nos sinais e sintomas, os testes padronizados da avaliação geriátrica ampla trazem uma maior capacidade de identificar precoce e corretamente de casos possíveis e prováveis da doença de Alzheimer.
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