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Doença de Parkinson: sintomas e sinais

Por: Dra. Joana Azevedo Oliveira

Os idosos e seus familiares devem estar atentos para os sintomas do Parkinson (Doença de Parkinson ou Mal de Parkinson), pois o início precoce do tratamento melhora o prognóstico da qualidade de vida do paciente. O diagnóstico desse distúrbio do movimento é clínico. Em outras palavras, baseia-se na avaliação médica do histórico do paciente, da caracterização de seus sintomas e dos sinais encontrados no exame físico.

Atualmente, ele se baseia em quatro grupos de critérios:

  • Presença de sintomas e sinais cardinais (Parkinsonismo)— o paciente apresenta um quadro de sintomas e sinais típicos do Parkinson;
  • Presença de sintomas e sinais complementares;
  • Ausência de critérios de exclusão absolutos — nenhuma característica atípica, causa mais comum ou mais específica para os sintomas foi encontrada;
  • Ausência de bandeiras vermelhas — sinais e sintomas que indicam doenças mais graves.

Vamos falar mais sobre os dois últimos pontos em um futuro post sobre diagnóstico, focando, por hora, nos sintomas principais (cardinais) e complementares. Quer entender melhor? Acompanhe!

Sinais cardinais da Doença de Parkinson

É consenso que o Parkinson apresenta quatro manifestações principais, sendo necessário encontrar, ao menos, alguma delas para estabelecer o diagnóstico:

  • Tremor;
  • Bradicinesia (lentidão nos movimentos);
  • Rigidez muscular;
  • Instabilidade postural.

Contudo boa parte da literatura médica e das diretrizes clínicas estabelecem que a lentidão do movimento é o sintoma central do Parkinson. Então, o critério diagnóstico de inclusão seria bradicinesia, associada a uma das outras três manifestações.

No entanto, elas são comuns a diversas doenças geriátricas e, até mesmo, a alguns estados fisiológicos. Com isso, as pessoas podem ficar muito ansiosas quando os notam em si mesmas ou em entes queridos. Por esse motivo, vamos explicar as características de cada um deles no Parkinson.

Bradicinesia

A lentidão dos movimentos é o sintoma mais comum da doença, presente em mais de 80% dos casos. Frequentemente, pode ser descrito, como fraqueza, incoordenação motora ou fadiga dos músculos. Está relacionado a um alto grau de comprometimento funcional.

Nos membros superiores, a evolução típica é de perda da destreza dos dedos, subindo progressivamente para músculos mais proximais. Com isso, o paciente apresenta queixas de dificuldade para amarrar os calçados, de escovar os dentes, de vestir uma camisa, entre outras.

Em relação aos pacientes idosos, os familiares devem estar atentos aos hábitos. Em vez de comunicar as dificuldades, ele pode começar a deixar de realizar essas ações ou evitar fazê-las diante de outras pessoas. Isso se reflete, por exemplo, na piora dos cuidados pessoais, em uma maior reclusão ou deixar de fazer atividades que gostava (como cozinhar ou costurar).

Tremor

Em geral, o tremor típico do Parkinson deve estar presente ao repouso, é lento e os movimentos têm baixa amplitude. Ou seja, ocorre quando o paciente não está voluntariamente sustentando o membro ou realizando alguma atividade e se parece com um gesto de “contar moedas”.

Isso ajuda a diferenciar o Parkinson de outras condições, que apresentam:

  • Início predominantemente durante uma ação (esclerose múltipla), geralmente quando o membro está sendo utilizado voluntariamente pela pessoa;
  • Alta amplitude de movimentos;
  • Alta frequência (oscilações rápidas dos membros).

Nos estágios iniciais, o tremor pode ser leve e intermitente, fazendo com que o paciente e seus familiares demorem a perceber as alterações. O avanço da doença pode fazer com que, além de ao repouso, ele também seja notado nas atividades, trazendo grande impacto funcional para o indivíduo.

Rigidez muscular

A rigidez muscular do Parkinson é caracterizada pela resistência à movimentação passiva. É percebida quando o médico pede para o paciente relaxar os músculos e não fazer força. Mesmo com o indivíduo seguindo as orientações, há uma resistência às tentativas do médico de flexionar, estender, pronar ou supinar as articulações do paciente.

Instabilidade postural

É geralmente um sintoma tardio do Parkinson, estando relacionado a um risco elevado de quedas e de fraturas ósseas. Na fase terminal, o idoso pode estar tão debilitado que não é capaz de se levantar ou de se manter em pé sem ajuda.

Quando está presente nos estágios iniciais da doença, é um preditor de um prognóstico pior, — com evolução e incapacitação mais precoces.

Os sintomas de suporte para o diagnóstico do Parkinson

Alguns sintomas, apesar de muito frequentes no Parkinson, estão associados a várias doenças comuns do envelhecimento. Identificá-los é importante para o diagnóstico, mas devem estar sempre associados aos sintomas cardinais. Alguns deles são:

  • Dificuldade para iniciar um movimento voluntário (acinesia);
  • Distúrbios da fala;
  • Alterações no sono;
  • Dificuldade de deglutição;
  • Incontinência urinária;
  • Perda do movimento dos membros superiores ao caminhar;
  • Acúmulo de saliva;
  • Fácies inexpressiva;
  • Redução do tamanho das letras manuscritas (micrografia);
  • Alterações do olfato.

A evolução da doença está associada a um quadro de demência em até 80% dos pacientes.

A doença de Parkinson não tem cura: o tratamento busca o alívio de sintomas e o retardo do avanço da doença. Quanto antes ele é iniciado, melhor é o prognóstico da qualidade de vida do paciente. No cenário ideal, todos os idosos (sintomáticos ou não) devem ser acompanhados por um médico geriatra para a promoção da saúde, prevenção e reabilitação de doenças. Na evidência de qualquer um desses sintomas, a consulta com um geriatra deve ser agendada o quanto antes para a avaliação global do paciente.

Quer saber mais sobre a doença de Parkinson, seu diagnóstico e acompanhamento nos consultórios dos geriatras? Confira nosso artigo institucional sobre o tema!

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