Para abordar a demência vascular precisamos rever alguns conceitos. Demência é um termo que se refere a uma condição que causa um declínio progressivo e, geralmente, irreversível na capacidade mental do paciente. E o termo vascular remete aos vasos sanguíneos do corpo.
O termo demência vascular, portanto, diz respeito a um comprometimento da função cerebral a partir de um evento cerebrovascular. É um processo comum e muito associado ao envelhecimento.
O cérebro é o órgão responsável por linguagem, inteligência, memória, consciência, emissão de comandos para o corpo, voluntários ou involuntários, dentre eles os motores, processamento de informações dos sentidos, entre várias outras funções.
A massa encefálica é muito vascularizada e depende de um aporte sanguíneo adequado para oxigenação e um bom funcionamento. Quando determinadas regiões do órgão não são irrigadas adequadamente, um declínio cognitivo é provocado e algumas funções ficam prejudicadas.
Esse prejuízo pode gerar o quadro de demência vascular que surge, então, em virtude de algum déficit na irrigação cerebral. Existem várias causas e processos vasculares para surgimento da dessa condição, incluindo o acidente vascular cerebral (AVC).
Essa e demais causas podem ser divididas em grupos, que ocorrem de maneira isolada ou conjunta, como:
- Demência por múltiplos infartos que ocorrem em vários locais do cérebro culminando no déficit cognitivo nos locais;
- Demência por infarto único;
- Doença dos pequenos vasos, como angiopatias hereditárias;
- Hipoperfusão;
- Demência hemorrágica;
- Vasculites inflamatórias ou infecciosas.
O AVC, tanto hemorrágico (quando uma artéria é rompida), quanto o isquêmico (quando ocorre um processo obstrutivo arterial que impede a irrigação adequada), são potenciais eventos capazes de gerar a demência vascular.
Esse processo provoca uma queda no potencial de irrigação do cérebro e diversas funções podem ser prejudicadas. Alguns pacientes podem sofrer um episódio de AVC e sair sem sequelas assim que a circulação sanguínea é retomada.
Contudo, alguns outros podem permanecer com sequelas motoras, neurológicas, emocionais, na linguagem e memória, dependendo da região acometida, podendo evoluir no quadro de demência vascular.
Quer saber mais sobre demência vascular e seus sintomas? Então, acompanhe o nosso post!
Quais os sintomas da demência vascular?
Os sintomas da demência vascular gerais podem ser perda de memória, prejuízo de raciocínio, alteração de humor e personalidade, depressão, alterações na linguagem e outros. Esses sinais, podem aparecer de forma aguda, permanecerem estagnados, progredir ou amenizar.
Em comparação com a doença de Alzheimer, a demência vascular causa perda de memória mais tardiamente, apesar de ser muito frequente nessa condição.
Além disso, nota-se um prejuízo mais significativo das funções relacionadas a:
- Planejamento;
- Resolução de problemas;
- Iniciar ações;
- Debilidade e lentidão de raciocínio;
- Desequilíbrio;
- Dificuldade de movimento.
E quais são os fatores de risco para o desenvolvimento de demência vascular?
Além das causas citadas, existem ainda os fatores de risco que predispõem o paciente a desenvolver demência vascular. Dentre eles estão:
- Sexo masculino e idade superior a 65 anos;
- Hipertensão arterial sistêmica (HAS);
- Diabetes mellitus (DM);
- Aterosclerose;
- Altos níveis de lipídios, como colesterol e triglicérides;
- Tabagismo;
- Cardiopatias, como fibrilação atrial e doenças coronarianas;
- Outros episódios de acidente vascular cerebral (AVC) prévios.
Esses fatores atuam como fortes contribuintes para o desenvolvimento de eventos vasculares, que podem culminar no quadro de demência vascular.
Quais são as formas de diagnóstico?
O diagnóstico da demência vascular se baseia na investigação minuciosa da história clínica por meio de uma anamnese e exame físico, solicitações de avaliação laboratorial e exames de imagens.
A identificação precoce do quadro possibilita a prevenção de exacerbação e desenvolvimento de outras complicações, além de possibilitar métodos terapêuticos que promovam um prognóstico mais eficiente.
A análise clínica busca identificar os sinais e sintomas que interfiram na capacidade cognitiva por meio de uma série de perguntas feitas ao paciente e alguém que o conheça ou conviva com ele.
Não existem métodos confirmatórios, porém alguns testes, como o Mini-Mental, auxiliam nas hipóteses diagnósticas. Esse teste é o mini exame que avalia o estado e capacidade mental do paciente, bem como a execução de atividades básicas e nível de autonomia.
Além disso, métodos de imagem podem auxiliar na identificação de lesões, como a tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética. Esses exames podem mostrar ou ser úteis para excluir infartos, AVCs (hemorrágicos e isquêmicos), e outros.
Como é feito o tratamento?
O tratamento de quadros de demência vascular é pautado em medidas de suporte, controle dos fatores de risco como tabagismo, hipertensão e diabetes.
Além disso, a terapêutica medicamentosa pode ser iniciada de acordo com a recomendação do profissional que o acompanha.
Dificilmente uma abordagem terapêutica irá promover a cura da demência vascular, porém existem formas de prevenir a progressão e promover o tratamento da sintomatologia para melhoria da qualidade de vida.
Para isso, é indicada a realização de acompanhamento e avaliação periódica dos pacientes por especialidades, como a geriátrica e neurológica. Isso possibilita o diagnóstico e intervenção precoce da demência vascular para que o prognóstico seja mais eficiente.
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