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Asma: sintomas

Por: Dra. Elaine Vidigal

A asma é uma doença crônica, caracterizada pela inflamação das vias áreas inferiores: porção inferior da traqueia, brônquios, bronquíolos e ductos alveolares. Nos pacientes com asma, essas estruturas apresentam uma hiperreatividade a determinados estímulos, — geralmente ligada à hiperresponsividade do sistema imune (atopia, que também está relacionada à dermatite atópica e à rinite alérgica).

Com isso, há uma atração das células do sistema imunológico para o local, causando edema (inchaço) nas paredes das vias aéreas. Consequentemente, há um estreitamento ou obstrução completa do fluxo de ar, provocando os sintomas, os sinais e as complicações mais comuns da doença.

Quais são os sintomas da asma?

A asma geralmente se manifesta em três sintomas clássicos:

  • Os sibilos, conhecidos popularmente como chiado, chieira, chiadeira ou assovio no peito;
  • A tosse;
  • A dispneia, que é a dificuldade para respirar.

Vamos explicar cada um deles!

Chiado (chieira)

É um som que parece um leve assobio, sendo mais intenso durante a expiração. Como as vias aéreas estão mais estreitas, o fluxo de ar se torna mais turbilhonado, provocando esse som característico. Muitos pacientes e mães focam muito no chiado, achando que ele sempre estará presente ou terá as mesmas características.

No entanto, se houver a presença de uma maior quantidade de muco nas vias aéreas, o som ouvido pode se assemelhar a um ronco ou a crepitações. Isso pode indicar a presença de infecções concomitantes.

Em crises mais graves, porém, os sons pulmonares podem ser inaudíveis ou muito baixos. O indivíduo apresentará sintomas graves de baixa oxigenação, como arroxeamento dos lábios, redução da consciência, inatividade expressiva, sonolência, confusão mental, resposta baixa a estímulos, entre outros sinais.

Tosse

A tosse é outro sintoma muito comum nos pacientes com asma, geralmente surgindo e se intensificando no período noturno. Em geral, ela pode ser seca ou produtiva, eliminando um muco transparente ou amarelo-claro. A presença de pus (amarelo intenso ou verde) ou de sangue podem indicar outra condição associada ao quadro de asma.

Alguns pacientes podem apresentar tosse apenas durante as crises de asma, enquanto outros têm um quadro de tosse crônica.

Falta de ar ou dificuldade para respirar

A constrição dos brônquios faz com que a pessoa precise fazer mais força para respirar, principalmente durante a expiração. Então, o paciente pode apresentar os chamados sinais de esforço respiratório, como:

  • Batimento das asas do nariz (bebês e crianças);
  • Tiragem intercostal, isto é, depressão do espaço entre as costelas durante o ciclo respiratório;
  • Aprofundamento dos espaços próximos da clavícula ou da traqueia (no pescoço);
  • À medida que esse quadro persiste, o gás carbônico devolvido pelo sangue aos pulmões pode se acumular nos alvéolos, comprometendo as trocas gasosas.

Com níveis elevados de gás carbônico no sangue, o cérebro interpreta que o indivíduo deve acelerar sua respiração para tentar removê-lo. Isso leva a um aumento da frequência respiratória. Em crises graves, o esforço respiratório pode ser tão grande que a musculatura entra em exaustão e a frequência respiratória cai bastante (bradipneia grave) em vez de aumentar.

Dor torácica

Além desses três sintomas mais comuns, alguns pacientes podem sentir também dor ou sensação de pressão na região do tórax. No caso da asma, geralmente esses sintomas não são localizados em uma pequena área, nem são dependentes da respiração. A presença dessas características pode apontar para outros diagnósticos ou para complicações concomitantes.

Quais são sinais de alerta de uma crise de asma grave?

Um dos pontos mais importantes dos cuidados com a asma é que você saiba identificar os sinais de gravidade de uma crise, como:

  • Chiado na inspiração e na expiração;
  • Retrações acentuadas dos espaços entre as costelas e atrás da clavícula;
  • Agitação, confusão, sonolência ou redução da consciência;
  • Incapacidade de falar mais do que um ou duas palavras sem precisar tomar fôlego;
  • Falta de ar que não melhora nem mesmo com repouso;
  • Nos bebês e nas crianças, as mães devem estar atentas também para a recusa em mamar, beber água ou se alimentar.

Nessas situações, é imprescindível buscar um atendimento de pronto-socorro o quanto antes!

Há prevenção para a asma? E tratamento para a asma?

A melhor forma de prevenir a asma vem logo antes do nascimento e nos primeiros meses de vida. Há diversos fatores de risco evitáveis para desenvolvimento de asma durante os períodos pré e perinatais, como o tabagismo durante a gestação e a exposição do bebê à fumaça do cigarro.

Na infância e na idade adulta, a prevenção busca evitar as crises de asma em indivíduos que já foram diagnosticados com a doença. Em casos leves, o paciente é ensinado a identificar os seus próprios gatilhos individuais, que podem ser determinadas substâncias, mudanças bruscas de temperatura e outros irritantes da árvore brônquica.

Além disso, podem utilizar medicamentos anti-inflamatórios inalatórios quando suspeitarem que uma exposição desencadearia as crises. Casos moderados a graves, com crises frequentes, podem fazer uso de medicamentos continuamente a fim de evitar as crises.

Se as crises surgirem, o paciente pode associar outros medicamentos àqueles utilizados na fase de manutenção ou aumentar as doses daqueles que já utiliza. No entanto, isso jamais deve ser feito por conta própria, é muito importante que você tenha recebido a orientação médica de quais fármacos usar e como isso deve ser feito.

Diante de tudo que vimos, o controle de asma é frequentemente desafiador, exigindo que o médico e o paciente utilizem diversas estratégias para o controle da doença. Isso pode incluir medidas comportamentais, uso contínuo ou esporádico de medicações, fisioterapia respiratória, entre outras possibilidades. O especialista em imunologia e alergologia pode tratar desde casos mais leves até aqueles casos graves e/ou não responsivos aos tratamentos habituais.

Quer saber mais informações sobre a asma, seu diagnóstico e seu tratamento? Confira nosso texto completo sobre o tema!

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